Neste dia primeiro de dezembro, um domingo de festas na periferia de São Paulo acabou com um massacre policial. Durante a madrugada, a organização fascista estatal brasileira, a PM, um órgão feito para matar o povo pobre, novamente entrou em ação.
Era dia do Baile DZ7, um conhecido evento que tinha como seu auge a virada de sábado para domingo no final do mês. Muita música e festa, um momento que reunia até 5 mil pessoas de todos os lugares, tornando-se um evento de grande magnitude para o local, a válvula de escape de um povo massacrado.
Contudo, na ditadura que o golpe de Estado vem impondo no Brasil, tudo que parte do povo pobre, da periferia, que represente minimamente a cultura popular, é na realidade um alvo de intenso ataque. As periferias são conhecidas pelas invasões polícias, as chacinas de jovens pobres e negros, que vão entrando no montante geral da pilha de mortos de uma verdadeira guerra, onde de um lado há a opressão da burguesia e do outro um povo desprotegido e esmagado.
Apenas nesse domingo, nove pessoas morreram durante a ação policial, todas elas jovens da periferia, sendo quatro delas menores de idade, pegos de surpresa por bombas da gás lacrimogêneo, agressões e uma confusão generalizada que levou muitos a serem pisoteados, devido ao desespero em relação a atitude da polícia.
A PM, sob o pretexto de combater o crime e estar em perseguição policial, invadiu a festa, a cercou e passou a atacar todos ali presentes. Vídeos que correm na internet denunciam a atitude policial, onde jovens já imobilizados eram chutados, enquanto outros em desespero pelas bombas eram acertados por cacetes. Todos por fim afunilados nas ruas, literalmente esmagados em completo desespero. Tal situação não poderia levar a nada que não fosse dezenas de feridos e mortos.
Como mesmo denuncia a população, a ação policial não se deu por causa de supostos fugitivos, que de acordo com todos os relatos, não se viu em lugar algum. A função da polícia na sociedade burguesa é esta, sob o pretexto do crime, massacrar o pobre.
Além disso, tal política é a defendida tanto por Jair Bolsonaro, que sob a fraude eleitoral ocupa o cargo de presidente, assim como outro fascista, Doria, que governa o estado paulista. Este último por sinal, diz “lamentar” o ocorrido, quando em evento no Rio de Janeiro defendeu o genocídio policial assim como pretende garantir seu aprofundamento.
Toda esta situação tende apenas a piorar com a continuidade do regime golpista. Assim como vemos no Chile e na Bolívia, a direita pretende massacrar ainda mais a população pobre, jovem, negra e indígena. O governo Bolsonaro é um reflexo disso e um pilar do fascismo na região, sabemos que enquanto o mesmo permaneça lá todo o povo sofrerá duras consequências, onde as já comuns mortes na periferia aumentarão ainda mais, e esta guerra contra o povo preto só irá piorar.
O negro é a principal vítima da polícia, o genocídio esta presente em grande escala em nossa sociedade. Em defesa do povo negro exigimos a extinção da PM.
Por isso, o coletivo de Negros João Cândido rechaça a ação dos golpistas e convoca a todos para o ato de quarta-feira, na secretaria se segurança pública de São Paulo, contra o massacre policial.
Sob as bandeiras do Fora Bolsonaro e todos os golpistas, pelo fim da Polícia Militar, defenderemos o povo negro e pobre!