Em sua publicação mais recente (05/03), a Liga dos Camponeses Pobres do Norte de Minas e Sul da Bahia e as Famílias Camponesas do Olaria Barra do Mirador fizeram uma denúncia contra os latifundiários da região que querem dar fim à Miravânia, Cônego Marinho, Manga, Montalvânia, Januária e outras comunidades localizadas no norte de Minas Gerais. Essas comunidades existem e produzem há 19 anos! Agora, os latifundiários querem se apropriar dessas terras através de uma reintegração de posse arbitrária.
Ainda foi mencionado pela Liga o proprietário Valter Santana Arantes, também conhecido como “Valtinho”, dono do Supermercado BH. Ele foi preso em 2018 pela Operação Lava Jato, sendo-lhe atribuído o crime de lavagem de dinheiro. Diante desse acontecimento, Valtinho quer roubar da população, tentando apropriar-se de terras que se tornaram produtivas nas mãos dos moradores locais para torná-las em áreas desertas e em meras pastagens que sirvam ao seu gado, que sirvam para a especulação financeira e que, assim, garantam os lucros do proprietário.
A Liga se manifestou, se comprometendo em lutar pelas moradias, que foram garantidas por meio de um trabalho realizado entre os membros da comunidade durante vários anos, e em não entregar as terras nas mãos dos latifundiários, defendendo-as até às últimas consequências.
A publicação denuncia a política de austeridade da direita e do governo Bolsonaro, demonstrada pela geração de dezenas de milhões de desempregados, redução do salário mínimo, propostas de novas leis de repressão e a tentativa de aprovação da Reforma da Previdência. Também foi mencionada a verdadeira declaração de guerra no campo, contra os camponeses, os quilombolas e o povo indígena, com a nomeação de um elemento das Forças Armadas para a presidência do INCRA, que não recebe organizações ligadas aos sem-terra, mas sim, aos setores ligados ao agronegócio e às mineradoras.
O caminho para se combater os ataques contra a população do campo é justamente esse: mobilizar os trabalhadores e denunciar a investida da direita de retirar do povo para atender aos grandes capitalistas. Para isso, é necessário que as organizações dos trabalhadores do campo, bem como as organizações dos sem-terra, se articulem em torno da formação de comitês de autodefesa. Para que, assim, os camponeses e sem-terra possam ter meios de defesa e de ataque contra a violência praticada pela extrema-direita e pelos apoiadores de Jair Bolsonaro.