O estado mais rico e com maior recursos do país – São Paulo – se destacou dos demais, desde o início da crise sanitária, por ser a unidade da federação que apresentou os maiores recordes negativos em relação à pandemia do coronavírus, tanto em número de infectados como de mortos. O estado que há mais de vinte anos vem sendo governado pela camarilha neoliberal tucana, responsável pela maior obra de destruição que um partido já promoveu na história paulistana, ostenta também um dos piores indicadores sociais, em particular na saúde e na educação, se comparados a outros estados nacionais com muito menos recursos e desenvolvimento.
Na crise epidêmica que devasta o Brasil, os tucanos João Dória (governador) e Bruno Covas (prefeito reeleito) vêm se notabilizando por transformar São Paulo em um enorme cemitério. O estado mais próspero da nação impulsiona os números da Covid-19 nacionalmente, onde uma gigantesca catástrofe se instalou no país, que registra estatísticas alarmantes tanto no que diz respeito ao quantitativo de infectados, como de óbitos já contabilizados, números que já se aproximam das 200 mil mortes, causadas principalmente pela negligência, descaso e irresponsabilidade das autoridades políticas (federais e estaduais) e do setor da saúde do país.
Enquanto sobram palavras vazias, promessas e muita retórica demagógica, falta de tudo para o combate à pandemia. Os hospitais estão lotados, com os leitos para os doentes, não há testes suficientes para a população, investimentos para equipar as unidades de saúde, contratação de profissionais para atuar na linha de frente do da epidemia, assim como não há investimentos em equipamentos e, para completar a tragédia, entra em cena neste momento a “guerra das vacinas”, uma disputa entre as camarilhas federais e regionais para ver quem mais se destaca no festival macabro de horror, tragédia e mortes que o país assiste.
A cada dia a catástrofe assume capítulos ainda mais dramáticos, com o relato de um número cada vez maior de novos brasileiros mortos, igual ao que tínhamos quando do momento de pico da pandemia, nos meses iniciais, onde eram registradas mais de mil mortes diárias em todo o país.
A situação de calamidade que vivencia o país não poupa nem mesmo os segmentos que estavam excluídos dos registros oficiais da pandemia. As crianças, um contingente que, digamos, não vinha sendo objeto de preocupação, parece estar agora incluído entre o segmento que já preocupa, figurando no grupo de vulneráveis ao vírus.
E é justamente o estado governado pelos tucanos genocidas (São Paulo) que vem oferecendo o risco maior às crianças, à infância. Dados divulgados pela própria Secretaria Municipal de Saúde (portanto, duvidosos) apontam para um aumento no número de crianças internadas com covid-19 na capital paulista. Foram 25 internações na faixa etária de 0 a 14 anos em outubro. Em novembro, o número subiu para 50, considerando tanto a rede pública quanto a particular da cidade.
Os números podem parecer ainda insignificantes diante da estatística geral que atinge adultos e idosos, mas revela o quanto a pandemia vem evoluindo entre segmentos até então poupados da tragédia (crianças e adolescentes). Também é um retrato da mais completa farsa que, desde o início da pandemia, foi e continua sendo a política dos governadores, em especial o liberal direitista João Dória, tido “como gestor eficaz”, “científico”, exaltado e glorificado até mesmo por setores da esquerda nacional.