Na medida em que os ataques aos servidores públicos estão sendo intensificados pelas forças golpistas, tanto a nível federal com Jair Bolsonaro, que pretende cortar salários e demitir o funcionalismo, como a nível municipal, com a exploração do trabalho EAD e a preparação de possível privatização de setores da educação, fica cada vez mais evidente a necessidade da luta por um sindicato único de todos os trabalhadores da educação municipal de São Paulo.
Hoje a categoria dos servidores em educação conta com cinco sindicatos Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de SP), Aprofem (Sindicato dos Professores e Funcionários do Ensino Municipal de São Paulo), Sindsep (Sindicato dos Servidores públicos de São Paulo), Sedin(Sindicato dos Educadores da Infância) e Sinesp(Sindicato dos Especialistas – Gestão escolar).
Tendo inclusive entre estes, um sindicato de direita que é a Aprofem, onde por trás do discurso “os princípios de independência e apartidarismo que norteiam a atuação da APROFEM (não é filiada a qualquer Central e acolhe filiados sem qualquer patrulhamento político-ideológico)”, se esconde a política da direita, independência e apartidarismo) e o mais incrível é que esta entidade durante a principal luta do último período presidiu o chamado Fórum das Entidades que entregou a luta para Covas e Bolsonaro na luta contra a reforma da previdência.
Os servidores públicos mostraram sua enorme capacidade de luta ao enfrentar a draconiana reforma da previdência de Bolsonaro, Dória e Covas na cidade de São Paulo. No entanto, um ponto fundamental para a derrota de nossas reivindicações nesta e em outras lutas foi a divisão sindical.
O processo de desmonte dos direitos atingiu com particular ênfase o ensino público, expresso no congelamento dos investimentos federais (com efeito cascata em todos os níveis do Estado), no corte de verbas e no cerceamento da liberdade de expressão, presente não somente no reacionário Projeto Escola Sem Partido, mas em diversos episódios de perseguição e censura nas escolas de São Paulo.
A política de ataques dos golpistas Bolsonaro e Bruno Covas contra a educação ainda está nos seus contornos iniciais. Não é segredo para ninguém, que um dos objetivos declarados (constantemente mencionados pela imprensa capitalista e inclusive pelo relatório do Banco Mundial) é a privatização da educação e com a pandemia, já vemos uma dessas possibilidades florescer, com o EAD(Ensino a distância) imposto por na educação municipal paulistana.
Neste cenário, espera-se e é necessário, que o movimento dos servidores públicos construam um importante movimento de resistência e luta contra os golpistas. Entretanto, invés disso, encontramos as representações sindicais mergulhadas na mais completa confusão política.
Como já dito acima, não é possível deixar os servidores amarrados a instituições que propõe do divisionismo dos trabalhadores, como a própria Aprofem que não faz parte da CUT, assim como correntes políticas da categoria propõe o mesmo divisionismo, caso do famigerado PSTU, Mais, alas do PSOL que defenderam de braços dados com a direita, o “Fora Todos!”, durante o governo Dilma dando munição à direita para derrubar o governo petista e colocar no poder Jair Bolsonaro. Assim como foi o PSTU que impulsionou o divisionismo dos trabalhadores no país quando desde 2004 propunha a divisão e em 2010 formou a Central Sindical Conlutas, que deveria se chamar sem lutas, como vemos há muito tempo. Foi a Conlutas, a primeira central a se constituir e chamar os trabalhadores a abandonar a CUT, seguiu-se a ela a formação de mais de 13 diferentes Centrais, favorecendo diretamente os patrões e deixando de reunir todos os trabalhadores do país em uma única organização contra os governos fascistas.
Nós da Corrente Sindical Nacional Causa Operária e da Chapa Educadores em Luta – Fora Bolsonaro, propomos um novo e amplo processo de mobilização e rearticulação da representação sindical dos servidores, na luta pela unificação dos servidores públicos da educação em um único sindicato de luta.