No começo deste mês de maio, o senado do estado do Alabama aprovou uma lei que proíbe o aborto em todos os casos, inclusive nos casos de estupro. A aprovação da lei é uma consequência do avanço da extrema-direita nos EUA, após a eleição de Donald Trump, assim como vêm acontecendo no mundo todo.
Além do Alabama, quatro estados dos EUA já aprovaram legislações extremamente restritivas para o aborto. Outros sete estados estão debatendo a mesma política. A aprovação da lei gerou protestos em várias cidades dos EUA.
De acordo com a lei, a mulher poderá ser condenada de 10 a 99 anos de prisão pela prática do aborto. A legislação proibitiva foi sancionada por uma mulher, a governadora Key Ivey do Partido Republicano. O caso é semelhante ao que acontece no Brasil, onde a ministra bolsonarista, Damares Alves, é uma das maiores defensoras da proibição completa do aborto no país.
Damares, inclusive, tratou de apoiar a aprovação da lei norte-americana. Este fato é uma demonstração de que a chamada política de “sororidade” defendida pelo feminismo pequeno-burguês é completamente reacionária. Tanto a governadora do Alabama, quanto Damares são inimigas das mulheres e de toda a classe trabalhadora, ambas estão a serviço das classes dominantes e do próprio imperialismo.
O avanço da extrema-direita e de toda a política reacionária contra as mulheres só pode ser combatido por meio da mobilização das próprias mulheres e de todos os trabalhadores. É preciso ter um programa político democrático definido, que defenda a legalização do aborto, a ampliação das creches públicas, assim como a defesa de todos os direitos das mulheres, como licença maternidade, etc.