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Mato Grosso do Sul

No MS, 51 mil indígenas não tem condições de ficar em isolamento

Em carta, o Conselho dos Povos Guarani e Kaiowá do Mato Grosso do Sul denuncia a ameaça de genocídio e o total abandono institucional dos povos indígenas em meio à pandemia.

O Conselho dos Povos Guarani e Kaiwoá divulgou uma carta, neste domingo (17), onde clama por socorro diante do avanço da pandemia do Covid-19 nas aldeias indígenas e denuncia o tratamento racista, desumano e a ameaça de genocídio que paira contra os povos indígenas.

Os povos Guarani e Kaiwoá são a segunda maior população indígena do Brasil e se localizam no Estado do Mato Grosso do Sul. Com o avanço da pandemia, eles se encontram em Estado de Emergência. Em três dias de testes, foram detectadas dez infecções na Reserva Indígena de Dourados (RID), a mais populosa do Brasil. A comunidade toda está em alerta e barreiras sanitárias estão sendo montadas, bem como as entradas aos territórios indígenas estão bloqueadas. Dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) apontam diversos casos suspeitos de coronavírus nos territórios Guarani e Kaiwoá.

Na carta, as condições sociais das aldeias são denunciadas, pois não permitem que seja feita efetiva a recomendação do isolamento domiciliar. A concentração e a superpopulação nas aldeias favorecem a rápida transmissão do vírus. A cidade de Dourados tem o maior Distrito de Sanitário Especial Indígena e a rede pública de saúde não tem leitos de UTI suficientes para atender o número de indígenas que serão infectados.

Os indígenas alertam para a fragilidade dos municípios diante da crise econômica e do avanço da pandemia e para a falta de responsabilidade do governo federal, que busca transferir todas as responsabilidades para os municípios em tal situação. A Secretaria Especial de Saúde indígena, órgãos que articula o atendimento aos indígenas em nível nacional, necessita de fortalecimento urgente para ter condições de prestar socorro e atendimento.

Atendimento diferenciado por parte do poder público é solicitado, como a organização de uma rede de urgência e emergência segura que respeite as especificidades dos povos indígenas e a disponibilização de ambulâncias, leitos, alternativas de isolamentos possíveis para a comunidade, proteção aos trabalhadores em contatos familiares, EPIs e vagas em cemitérios.  Segundo os indígenas, toda a contribuição que seja feita de forma solidária por doações é muito bem-vinda e todos os materiais básicos estão em falta.

Pelo conteúdo da carta, é visível que os povos indígenas do Mato Grosso do Sul não têm as mínimas condições para realizar o isolamento social e tampouco desfrutam de condições sanitárias e econômicas adequadas. O desmonte da política indigenista e dos serviços de atendimento aos povos tradicionais demonstra sua face mais desumana neste contexto de pandemia, onde eles necessitam denunciar a ameaça de genocídio e a total passividade dos poderes públicos.

O governo Bolsonaro, inimigo declarado dos povos indígenas, suas terras e reivindicações, vai gerar ainda mais mortes. É preciso a organização e a mobilização dos povos para exigir o fornecimento de serviços de saúde por parte da Sesai e condições sociais para a realização do isolamento social. Um dos principais objetivos dos golpistas é proceder ao extermínio dos povos indígenas para realizar a tomada de suas terras, o que é uma oportunidade em virtude da letalidade da pandemia.

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