Estão abertas no Museu de Arte de São Paulo (MASP) duas mostras de duas artistas plásticas da maior importância do Modernismo brasileiro, Djanira da Motta e Silva, mostra “Djanira: a memória de seu povo” desde 1 de março até 19 de maio; e Tarsila do Amaral, mostra “Tarsila Popular” desde 5 de abril até 28 de julho.
Na mostra dedicada a Tarsila do Amaral, artista paulista nascida em Capivari no ano de 1886, estão expostas 120 obras, das quais 52 são pinturas, que contemplam todas as fases de sua carreira.
As primeiras fases Pau-Brasil e Antropofagia estão representadas por obras como “Abaporu” (1928) e “A negra” (1923), em que a artista demonstra um traço mais experimental, muito influenciado por sua formação parisiense; a fase intermediária conhecida como “social”, se caracteriza por uma maior preocupação sua com as pautas populares, e está demonstrada em obras como “Operários” (1933) e “Trabalhadores” (1938) e a fase final de sua carreira está expressa em quadros como “O Batismo de Macunaíma” (1956), que é menos conhecido e foi exposto muito raramente.
Djanira da Motta e Silva é uma artista autodidata nascida em Avaré em 1914, que sempre buscou em sua obra retratar trabalhadores e manifestações do povo, o que condizia muito com suas origens humildes e sua trajetória muito ligada ao universo da classe operária e popular de um modo geral.
Apesar de ser associada com o Modernismo tardio (décadas de 1950 a 1970), seu traço e vocabulário visual não tem nenhuma ligação direta com seus contemporâneos como Portinari ou Di Cavalcanti. “Costureira” é uma obra que demonstra grande interesses em estampas e na mistura entre plano de fundo e a figura humana. Djanira também é bastante conhecida por suas fascinantes obras que retratam aglomerações ou festas populares, como “Briga de galo” (1946), “Noite de são João” (1948) e “Patinadores” (1945).
Ambas as exposições são de altíssima qualidade e muito recomendadas para quem se interessar em conhecer de forma profunda as obras das duas artistas, grandes expoentes da cultura brasileira do século XX.