Vários dados divulgados nas últimas semanas mostram a profunda destruição que o governo fascista de Jair Bolsonaro está causando à grande maioria da população brasileira. O índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que verifica as variações de preços e a afetação disto entre famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos, praticamente dobrou entre novembro e dezembro, de 0,56% para 0,93%.
A enorme alta nos alimentos, em especial da carne – que subiu 17,7% nos dois últimos meses de 2019, deve continuar pressionando a inflação para grande parcela dos trabalhadores mais pobres em 2020. Tal situação está fazendo com que um maior percentual da renda dos trabalhadores seja comprometido com gastos essenciais levando ao aumento do endividamento.
Outro indicador da profunda crise nacional foi divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), onde de acordo com Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada, cerca de 65,6% das famílias têm algum tipo de dívida, sendo que a maior parte destas (79,8%) no cartão de crédito, que representa 498% de juros anualmente. Ou seja, a população brasileira está refém e escravizada pelos bancos e a beira da total bancarrota. Este é o maior nível desde janeiro de 2010, quando começou a pesquisa.
Durante o ano de 2019, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado ficou em 4,31% com alimentos e bebidas puxando para cima o indicador. Neste quesito o preço da carne teve aumento de 32,4%.
Todo este cenário, aliado à estagnação econômica, provocado pela falta de crescimento juntamente com a elevação dos preços, com as altas taxas de juros cobradas pelos bancos, leva a capacidade de consumo das famílias há níveis só vistos ao final da ditadura militar no Brasil.
Tal situação acaba com a produção industrial, que leva à erradicação das contratações de mão de obra, reforçando o círculo vicioso da Economia, que se mantém a partir da informalidade e empregos precários, que pagam os menores salários, nos setores de comércio e serviços.
A atividade industrial e os números da balança comercial brasileira também revelam números desanimadores para 2020. Em novembro, a indústria teve o pior resultado desde novembro de 2015, com queda de 1,2%, segundo dados do IBGE.
O superávit de 46,7 bilhões, em 2019, anunciado pelo ministério da Economia é pior resultado da balança comercial desde 2015.
Apesar das reformas trabalhista e da Previdência, tão propaladas pela direita, como a saída liberal para a crise, a enxurrada de investimento privado também não veio, demonstrando o que o golpe realmente queria, fazer a classe trabalhadora pagar pela crise capitalista. No entanto, a burguesia se equilibra na corda bamba, que pode estar prestes a cair com uma grande explosão social que pode ocorrer em 2020.
Para defender a classe trabalhadora a esquerda tem de sair das nuvens e da sua ilusão eleitoral e conclamar os trabalhadores para por abaixo o governo fascista de Jair Bolsonaro.