Nesse domingo (14) houve uma grande comemoração em Paris pelos 230 anos da queda da Bastilha, episódio mais significativo da Revolução Francesa. O presidente Emmanuel Macron liderou um desfile militar na Champs Elysées, no qual o exército francês marchou junto a forças armadas de outros países europeus. Estava presente a chanceler alemã, Angela Merkel.
Ainda durante a cerimônia, ouviram-se vaias a Macron. Após a festividade, houve a verdadeira comemoração da eliminação da monarquia na França: os coletes amarelos tomaram conta da avenida, em mais um final de semana marcado por suas mobilizações, que ocorrem desde novembro de 2018.
A polícia de Macron reprimiu brutalmente, mais uma vez, a manifestação, com a utilização de bombas. Os coletes amarelos tentaram se defender formando barricadas com metal e lixeiras. Dessa vez, 152 manifestantes foram detidos – o número total, desde o início do movimento, já está por volta dos dez mil.
O jornal Le Monde tentou justificar a repressão, afirmando que os coletes amarelos não haviam feito um acordo com o governo para realizarem a manifestação, desacatando as autoridades e organizando atos de vandalismo.
O fato é que, 230 anos após derrubarem a monarquia e, pouco depois, decapitarem o rei Luis XVI, os franceses agora querem a cabeça de um líder tão impopular e explorador como os monarcas absolutistas. Afinal, sua política de destruição neoliberal está levando o povo a ter uma qualidade de vida muito abaixo dos padrões tradicionais e, se continuar assim, faltará até mesmo pão para os franceses.