A situação de colapso e protestos no Chile segue a todo vapor por todo o país e, como é o feitio da direita, as manifestações vêm sofrendo grande repressão por parte do principal aparato repressor do Estado, a polícia, colocada diariamente nas ruas para impedir que a população se rebele contra a burguesia. Nesse meio, as mulheres acabam sempre sendo uma das mais afetadas, no sentido de fortes violências cometidas contra elas. O Instituto Nacional de Direitos Humanos (INDH) entregou um relatório recente que engloba as violações ocorridas entre 18 de outubro, dia que começaram as manifestações no Chile, até 25 de novembro.
O balanço mostra um total de 499 ações judiciais contra agente dos Estado, incluindo 79 casos de violência sexual, como o estupro. Infelizmente, os governos de direita, a burguesia em geral, dá carta branca para que seus aparatos de repressão pratiquem qualquer tipo de violência. Para eles, por a mulher ser mais “vulnerável”, é logo um alvo mais fácil de reprimir e aviltar de todas as formas possíveis. Como sempre, o Estado se coloca contra a classe trabalhadora, que vai às ruas para lutar contra as políticas neoliberais que enchem os bolsos dos mais ricos e esvaziam os bolsos dos produtores de riqueza, ou seja, os trabalhadores. O direito de se manifestar, mais uma vez, é dado como algo perigoso e proibido pela burguesia.
Na questão das mulheres, a situação é muito mais alarmante. Na prática, já são uma parcela da população que sofrem as consequência não só da exploração de classe, mas, também, da opressão de gênero. A violência incitada constantemente pela burguesia, pela imprensa burguesa, pelos governos de extrema-direita, toda a vida dessas mulheres um verdadeiro inferno. A segurança da mulher dentro do capitalismo é algo inexistente, principalmente porque a principal instituição que, tecnicamente, deveria proteger essas mulheres, é a primeira a praticar tais violências. Não há nem a chance dessas mulheres fazerem algum tipo de denúncia que vá resultar em algo, porque essas autoridades estão recebendo tais ordens do Estado.
O que está acontecendo no Chile é apenas um reflexo da insatisfação popular no mundo inteiro, contra o modo de produção capitalista. É claro que a união dessas mulheres com o restante da população insatisfeita com essas medidas que só prejudicam a classe trabalhadora, travam a economia, acabam com emprego, diminuem o salário, etc., faz com que a burguesia sinta medo da fúria popular e apele para a violência. Esses número dos INDH só ratificam a necessidade urgente das mulheres se organizarem o quanto antes em comitês de autodefesa, para que elas mesmas tenham condições de se defender dos ataques da direita, pois não há nenhuma segurança garantida pelos aparatos mantidos pelo Estado.