Em um vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (14), o agora ex-prefeito de Manaus, o tucano Arthur Virgílio Neto (PSDB), pede o impeachment do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSD), em decorrência do caos que se instalou no sistema de saúde do Estado como resultado não exatamente da pandemia (vamos culpar o vírus?), mas da mais completa negligência, irresponsabilidade e abandono da população por parte das máfias políticas que dominam a região e que vêm impondo a tragédia, a dor e o sofrimento às milhares de famílias amazonenses.
O ex-prefeito da cidade para a qual estão dirigidos os olhares estarrecidos da nação, inicia o vídeo dizendo que
“vinte e oito pessoas mortas por falta de oxigênio só no Pronto Socorro 28 de agosto. Não vejo faltar oxigênio em nenhum outro lugar, mas falta em Manaus, falta no Amazonas” (Portal IG, 15/1).
Em um determinado trecho da gravação, Virgílio Neto faz referência ao pedido de impeachment dizendo que
“eu gostaria de falar diretamente ao governador [Wilson Lima] que do senhor basta! A assembleia [legislativa] precisa tomar uma atitude maiúscula e partir para o seu impeachment. O senhor levará o Amazonas do mal para o pior ”
(idem, 15/1).
Sim, senhor ex-prefeito, vamos exigir o impeachment do governador genocida do Estado do Amazonas, mas igualmente vamos estender essa iniciativa a todos os demais governadores e prefeitos do PSDB, todos igualmente genocidas e criminosos, algozes da população brasileira. Lembremos que Virgílio Neto era prefeito de Manaus quando da eclosão da epidemia do coronavírus no país. A cidade por ele administrada sempre esteve entre as mais infectadas e registrou, nacionalmente, desde o início da pandemia, os números mais elevados de óbitos pela covid-19.
Se não é mais possível mover um processo de impeachment contra o ex-prefeito, uma ação por crime de responsabilidade caberia bem para o tucano, que reclama o afastamento do governador Wilson Lima, tão criminoso quanto o senhor Arthur Virgílio Neto. Se é legítimo o pedido de impeachment contra o governador amazonense, não é menos legítimo exigir também a cabeça dos governadores tucanos Eduardo Leite (RS) e João Doria (SP). Isso mesmo o chefe da unidade da federação que ostenta o recorde negativo e macabro em número de infectados e mortos, mesmo sendo a mais rica do País. A mesma situação deve ser estendida ao prefeito paulistano Bruno Covas, também do PSDB, que tem sob suas costas milhares de cadáveres vitimados pela política genocida dos “civilizados” gestores tucanos.
A luta contra a extrema direita nacional não pode estar dissociada da luta contra aqueles que permitiram, que viabilizaram a ascensão dos fascistas; a direita liberal dita “civilizada e científica”, os mesmos que hoje dividem com Bolsonaro o fardo das mais de 200 mil mortes no país, os mesmos que arquitetaram o golpe contra o governo popular de esquerda, liderado pelo Partido dos Trabalhadores, os mesmos que neste momento operam no parlamento a agenda neoliberal pró-imperialista do presidente fraudulento Bolsonaro, atacando e destruindo as conquistas sociais das massas e dos explorados nacionais.