Em meio ao pior momento da pandemia no Brasil, chegando ao número assombroso de 4 mil mortes oficiais diárias, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), publicou um decreto no último sábado (27) que estabelece as escolas, tanto públicas quanto privadas, como atividade essencial e, independente da situação do coronavírus,permanecerão abertas, uma atitude que prova o caráter genocida tocado pelo governo do PSDB.
Essa ação do governador já repercute negativamente na sociedade civil. O Movimento Famílias pela Vida se manifestou contrariamente à abertura das escolas. Diante disso, a organização lançou um manifesto denunciando a gravidade da situação pandêmica, em que só no estado de São Paulo morrem mais de 1 mil pessoas por dia. Diz o documento: “Em um cenário como esse, é um escárnio com a população priorizar a abertura de qualquer atividade. O momento exige medidas drásticas para a redução da circulação de pessoas.”
Nesse sentido, com a organização das famílias contra o decreto do governo de São Paulo, podemos atestar o quão impopular é a política comandada pela direita nacional, mesmo que os grandes veículos de comunicação tentem manipular a realidade apontando Doria como antagonista de Bolsonaro.
Vê-se, na prática, que os governos da direita pouco estão se importando com a vida da população, jogando as pessoas direto à vala da morte. A volta às aulas presenciais é defendida sob o argumento de que a educação remota tem aumentado as desigualdades, tendo em vista que nem todos têm os mesmos acessos à internet e à tecnologia de informação. Ora, só mesmo sendo muito cândido para acreditar que essa gente tem qualquer preocupação com a desigualdade de acesso à educação. É uma cara de pau sem tamanho.
O interesse na reabertura das escolas é puramente econômico, por isso o desespero. Em primeiro lugar, tem-se o lobby das escolas privadas, que precisam voltar às atividades para cobrar suas tarifas irreais às famílias. Em segundo lugar, há o interesse na maior circulação de pessoas pelas cidades, fazendo o capital girar, favorecendo, assim, os grandes capitalistas, principalmente os banqueiros.
Dessa forma, a política de Doria é amplamente genocida. Não se pode dizer outra coisa. Em favor do capital, ele contamina e mata milhares de pessoas em seu estado. Ou seja, essa é uma ação deliberada para matar pessoas e salvar o capitalismo. Então, deve ser denunciada como tal pelos trabalhadores.
Os cientistas superstar que surgiram durante a pandemia se calam diante do decreto de Doria. A esquerda finge que não vê, pois estão melindrados em atacar o tucano de estimação da burguesia nacional, principalmente do grupo Globo. O movimento estudantil, como UBES e UNE não dão as caras. Nisso, a população fica à deriva, numa verdadeira roleta russa.
Portanto, cabe aos estudantes, assim como seus responsáveis, professores e demais profissionais da educação, promover uma grande mobilização nacional que vise à greve geral da educação para impedir o genocídio nas escolas, contra a educação a distância e pela volta do ano letivo apenas após a vacinação em massa da população brasileira.