No dia 26 de agosto de 2016 Colin Kaepernick, quarterback da equipe do San Francisco, um dos mais talentosos jogadores do futebol americano, em partida da pré-temporada da NFL(Principal liga esportiva profissional do esporte nos EUA), o atleta negro se ajoelhou durante a execução do hino nacional; “Não vou me levantar e mostrar orgulho pela bandeira de um país que oprime o povo negro e as pessoas de cor”, disse após a partida daquele dia se posicionando e denunciando a violência policial contra os negros norte americanos.
Alguns anos depois, após seu último jogo oficial como quarterback que ocorreu em janeiro de 2017, na derrota do San Francisco 49ers para o Seattle Seahawks, o atleta de 33 anos aguarda uma chance para voltar a ter contrato com alguma franquia, disposta a acabar com seu banimento da liga por perseguição política.
Em fevereiro deste ano sua ex equipe o San Francisco 49ers, disputou a final do Super Bowl LIV, sem a presença dele e ao contrário da época de Colin o San Francisco saiu derrotado, mas esta partida também marcou a demagogia da liga norte americana com a questão antirracista, ao mesmo tempo em que um dos maiores quarterbacks da história estava impedido de jogar, por conta da perseguição racista de governos e dirigentes de equipes, a liga organizou naquela noite uma homenagem a Kobe Bryant falecido dias antes em acidente de helicóptero e que também teve sua trajetória marcada por exemplos de combate à discriminação.
Apesar do talento excepcional e incontestável aptidão para a prática do futebol americano, desde a temporada de 2017, Karpernick não teve seu contrato renovado junto aos 49ers e já são 4 anos de perseguição. Assim a história recente de Kaepernick não é marcada por suas glórias dentro das quatro linhas, mas por sua influência como exemplo na luta social pelos direitos dos negros e contra a brutalidade da polícia americana contra as minorias.
Desde sua manifestação a direita norte americana avançou ferozmente contra Collin ameaçando-lhe de morte, para o que respondeu, que a sua morte somente confirmaria a necessidade de sua luta e o racismo aberto contra os negros norte-americanos.
Já por ocasião de seu ato, o então candidato Donald Trump, estimulava a violência e o ataque contra Collin chamando as franquias a não darem emprego para ele, o que ocorreu.
No começo deste ano, em mais uma ação demagógica e na onda do movimento Black Lives Matter(Vidas Negras Importam), a NFL, processada por Kaepernick, pediu desculpas e afirmou que deveria ter agido de forma diferente no protesto liderado pelo atleta. Apesar do discurso, que só serviu para fazer propaganda da liga, nada mudou na prática. Nenhum time convidou Kaerpernick para realizar treinos ou sessões oficiais na atual temporada.
Collin dia após dia continua a manter seus treinamentos e não fosse a perseguição política ele já estaria jogando. Na atual temporada em razão de contusões e ausências devidas a Covid 19, muitas equipes viram seus titulares ficarem fora de jogos por lesões. Reservas com pouca, ou nenhuma, jogaram e nenhuma franquia cogitou dar uma oportunidade ao veterano craque do esporte americano. Vários cronistas do esporte norte americano chamaram a atenção que várias equipes com essas dificuldades poderiam contratá-lo. Kaepernick poderia ser uma opção mais confiável para times como Cincinnati Bengals, New York Giants, Dallas Cowboys, Jacksonville Jaguars e o próprio San Francisco 49ers. Todos ficaram sem os titulares em algum momento da temporada e apostaram em jogadores que não têm a experiência e o talento de Colin Kaepernick. Até o momento o que falou mais alto, foi o Tacão de Ferro, parafraseando Jack London, dos poderosos capitalistas do esporte.