Em mais uma cooptação da esquerda pequeno burguesa, dessa vez uma revista dessa natureza embarca na onda de desmerecer o futebol brasileiro e mais especificamente o seu maior expoente da atualidade, Neymar. Trata-se de uma capa da revista Carta Capital, que aponta o craque como um retrato do atual Brasil, leia-se Brasil pós-golpe de 2016 e pós-fraude eleitoral de 2018.
A imagem do atacante chorando a derrota do PSG para o Bayern de Munique estampa a capa, onde no rodapé aponta-se Olívio Dutra como a antítese de Neymar. Mais adiante, uma matéria esmiuça essa analise confusa de Mino Carta a respeito de Neymar e do ex governador do Rio Grande do Sul. No entendimento de Mino Carta, Neymar respresentaria um Brasil fracassado, no sentido de que em plena pandemia dizimando milhares de brasileiros por dia, o fato de jornalistas se debruçarem sobre a final da Champions League representa o Brasil da “democracia impossível”, como o mesmo destacou.
O erro de Mino Carta começa ao ter esperanças justamente de jornalistas oriundos da imprensa golpista que condenou o Brasil ao retrocesso do neoliberalismo inescrupuloso no golpe de 2016. Seguindo essa lógica, a suposta passividade do brasileiro que sobrevive apesar de um presidente genocida não tem relação com a omissão da esquerda pequeno burguesa, essa que deveria estar agitando greves e atos pela derrubada do presidente ilegítimo porém está mais preocupada com as eleições municipais.
Mais adiante Mino Carta parte para um processo de rasgar seda ao que o PT foi desde o processo de redemocratização no fim dos anos 70 até a vitória de Lula em 2002, sem se estender mais sobre Neymar. Aparentemente buscou-se uma desculpa para atacar o maior jogador brasileiro da atualidade sem muitas explicações, algo apenas gratuito, influência da imprensa burguesa que a esquerda de classe média adora seguir.
No entanto, não se critica quem realmente deveria estar se articulando pela derrubada do presidente ilegítimo, pela defesa da cultura e do esporte nacional, a mesma revista que abraçou a onda moralista da imprensa burguesa de “atos sem violência” em 2013, agora se esquiva de suas responsabilidades, e supostamente quer que simplesmente surja uma revolta popular sem esforços.