O craque da seleção brasileira e o, de fato, melhor jogador do mundo em 2020, Neymar, é, segundo o sítio alemão Transfermarkt, o jogador que mais envolveu cifras acumuladas em suas transferências. Isto mostra que a campanha da pequena-burguesia brasileira contra o jogador é uma fraude, caso contrário, os clubes não gastariam valores tão altos para obter o jogador.
As críticas da parcela pequeno-burguesa da população são completamente ideológicas, de natureza somente moral e sem relação com a habilidade de Neymar em jogar futebol. O fato dele ser o jogador que mais fez os clubes gastarem dinheiro mostra que ele está facilmente entre os 10 melhores jogadores do mundo.
Os ataques contra Neymar não passam da adesão à ideologia burguesa contra os esportes de massa. Ataques similares foram feitos contra outros craques do passado, como os contra o maior de todos os tempos, Pelé.
A imprensa esportiva brasileira, que parece pouco assistir aos jogos, estabelece suas pautas como a de programas de “fofocas”, discutindo tudo, menos o que acontece dentro do campo de futebol. Os programas ditos de mesa redonda servem apenas para criar polêmicas vazias e críticas morais aos jogadores e treinadores.
Este comportamento tipicamente burguês acaba influenciando a camada pequeno-burguesa, que começa, também, a pautar suas críticas sob um ponto de vista elitista e que pouco tem a ver com o que acontece no campo de futebol. Chega-se ao ponto de “diminuir” as habilidades do jogador baseado no julgamento moral sobre o mesmo.
Mesmo que certas atitudes dos jogadores possam ser reprováveis, é doentia a cobrança moral a qual são submetidos. A pequena-burguesia brasileira cobra dos jogadores um código ético e moral que talvez ser humano algum alcance. A razão para isto é o mais puro recalque, pois os jogadores vêm, em sua esmagadora maioria, das camadas mais pobres da sociedade e, por sua grande habilidade, são muito bem remunerados.
Os jogadores brasileiros são adorados no mundo todo, menos nos programas e jornais esportivos brasileiros. Esta contradição é tão grande, que não é possível que seja mera coincidência. Trata-se de um projeto contra o futebol brasileiro.
Não contentes em atacar os jogadores, agora a imprensa ataca, também, os treinadores. O número de treinadores estrangeiros no Brasil aumentou nos últimos anos. A imprensa burguesa faz uma propaganda violentíssima pela vinda de estrangeiros, como se os treinadores daqui fossem ultrapassados. Todavia, nem os próprios treinadores e imprensa estrangeiros entendem tal clamor. Porém, é difícil que venham a entender, talvez um dia, o porquê de tanto ódio da imprensa brasileira pelo seu próprio país.