Por Henrique Áreas
A crise com a pandemia do coronavírus não impede a imprensa golpista de continuar a sua campanha contra o futebol brasileiro. Pelo contrário, a crise atiçou o veneno da imprensa capitalista que passou a usar a crise para atacar Neymar e de tabela o futebol brasileiro.
Segundo a campanha, Neymar deveria se transformar em grande líder da caridade no Brasil. Não, não são os governos direitistas, Bolsonaro, a burguesia que deveriam resolver o problema pandemia. Parece, lendo alguns colunistas de esporte desses jornais, que o dever seria de Neymar.
Isso porque Neymar, pelo menos no que diz respeito à auto propaganda, não apareceu publicamente abrindo mão de parte do salário como Messi, doando alguns respiradores como Cristiano Ronaldo ou 500 mil dólares como Mbappé.
O mais venenoso de todos foi o colunista do R7, sítio da internet pertencente à Record, Cosme Rímoli. Depois de levantar que Neymar não está nem aí para a crise, que Cristiano Ronaldo é o senhor das benfeitorias, ele diz: “Mas Neymar, mesmo com a assessoria de mais de 30 pessoas, em inúmeras áreas, tem um grave problema em reagir às causas que atingem toda a sociedade. Ele é massacrado por aparentar alienação e até descaso.”
Veja que a crítica do colunista faz questão de misturar a consideração moral sobre Neymar e uma característica que já procura fazer uma consideração sobre Neymar em campo: “ele é mascarado”.
Para quem tem dúvida que o ataque a Neymar tem como objetivo atacar o futebol brasileiro, o colunista aproveita para atacar Pelé: “Os mais antigos lembram que a postura de Neymar diante dos graves problemas da sociedade é idêntica a de Pelé”.
“Os dois maiores ídolos do futebol deste país sempre dedicaram todo o seu amor, toda preocupação social, seu envolvimento com o que consideram sublime. O espelho…” Para o colunista e para a imprensa golpista, Neymar e Pelé, o último o gênio do futebol de todos os tempos, o primeiro o maior jogador da atualidade, não deveriam ser ídolos.
Apesar de serem jogadores de futebol, o brasileiro deveria exigir deles não gols e belas jogadas, mas se sentir mal de ter os dois como ídolos porque eles seriam moralmente condenáveis.
A rede Record parece muito preocupada com a crise. Não está. A emissora abertamente bolsonarista defende a política de Bolsonaro que é matar a população de fome e de doença.
O importante é bola na rede, quem deve agir para resolver a crise deveriam ser os políticos. Nem Neymar nem Pelé são políticos. Podemos critica-los, mas nunca exigir deles algo que não se propuseram a fazer.