A companhia aérea Latam, em crise financeira, procura descarregar o ônus nas costas dos trabalhadores. A empresa que acumula dívidas de quase US$ 18 milhões, apresentou uma proposta para o sindicato da categoria dos aeroviários de redução dos salários e quebra da isonomia salarial dos novos contratados pela empresa.
Trata-se da política demagógica dos capitalistas, política esta agravada pela pandemia e pela crise econômica, de utilizar o rombo financeiro das empresas, rombo este que é de total responsabilidade deles, os capitalistas, para implementar um pacote de ataques, cortes e demissões contra os trabalhadores.
A empresa que em agosto do último ano demitiu cerca 2700 trabalhadores, propôs agora para os funcionários um corte da ordem de 12% nos salários dos copilotos e pilotos, e de 7,3% a 8,5% para os comissários. Os donos da companhia buscam enrolar os trabalhadores com a conversa fiada alegando que a medida não será permanente e terá um prazo de validade de 12 meses.
Em relação aos novos contratados pela Latam, a empresa determinou a suspensão da equiparação salarial de tripulantes contratados a partir deste mês. A medida representa uma quebra na convenção coletiva da categoria, a qual determina os mesmos salários para os novos contratados. Para garantir os lucros, os capitalistas não pensam duas vezes ao passar por cima da legislação e da conquistas dos trabalhadores.
De acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas, na essência, o ataque imposto pelos donos da empresa abre a brecha para a demissão em larga escala. Ao estipular que os novos tripulantes contratados irão receber somente o piso da categoria e não o salário da empresa, a companhia poderá demitir os trabalhadores mais antigos que recebem salários mais elevados, permanecendo apenas os mais novos com salários rebaixados.
É necessário que os trabalhadores aeronautas se mobilizem contra essa política de redução salarial e de demissões impostas pelos patrões. Não cair na conversa fiada e no choro dos capitalistas, a crise financeira da empresa não é culpa dos trabalhadores, é resultado da administração parasitária dos próprios donos da empresa.
É preciso mobilizar contra a redução salarial e pela manutenção da convenção coletiva da categoria, a qual garante a isonomia salarial dos novos contratados. Diante da intransigência dos patrões é necessário paralisar as atividades, entrar em greve até que todas as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. Somente a mobilização dos próprios trabalhadores pode colocar um freio na política de cortes imposta pelos donos da Latam.