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Além da pandemia e desemprego

Nem renda cidadã, a política da burguesia é deixar morrer de fome

A reação dos setores mais poderosos da burguesia golpista ao "renda cidadã" foi imediata, evidenciando que nem mesmo essa miséria de "programa social", ela está disposta a apoiar

Poucas semanas  após  reduzir de R$600 para R$300 o valor miserável do auxílio emergencial, o governo ilegítimo de Bolsonaro decretou que  mais de 21 milhões de brasileiros ficassem de fora da sua cobertura (44% dos antigos beneficiados), pois seu pagamento só irá até dezembro e anunciou que estava planejando a criação de um programa social, o renda cidadã.

Segundo bolsonaristas do governo e do Congresso, essa proposta estava sendo pensado para atender, a partir de janeiro, apenas 10 milhões de pessoas, o que equivale a cerca de 20% dos quase 50 milhões que chegaram a receber o auxílio emergencial e teria um valor em torno de , no máximo, R$200.

O anúncio dos planos para implementar essa medida miserável – de tapeação do povo – que reflete a preocupação do governo com o caráter explosivo da situação de fome e miséria, levantou uma ampla reação sobre o seu financiamento e até mesmo sobre a sua viabilidade por parte das alas da burguesia que disputam acirradamente o controle do Estado brasileiro, o comando da ofensiva contra as massas pobres.

Por um lado, Bolsonaro e alguns dos seus aliados procuraram defender a medida – que lhe traria possíveis dividendos eleitorais – defendo que fossem retirados recursos do Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) e dos precatórios previstos para serem pagos no próximo ano.

A reação dos setores mais poderosos da burguesia golpista foi imediata, evidenciando que nem mesmo essa miséria de “programa social”, ela está disposta a apoiar.

O “Mercado” reagiu com novas quedas da Bolsa de Valores e integrantes do governo e do regime político se opuseram à proposta anunciada pelo presidente ilegítimo e por parlamentares de sua base. O próprio ministro da Economia saiu à campo se opondo à elevação dos gastos públicos, da mesma forma que o general  vice-presidente golpista Hamilton Mourão e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM). Em quase toda a imprensa golpista levantou-se uma enorme campanha contra a proposta.

Ficou evidente que, diante do agravamento da crise econômica, conduz o País para a maior recessão de sua história, com queda estimada do PIB da ordem de 6%, neste ano, acompanhada por enorme retração da economia mundial, a burguesia não vê com bons olhos fazer qualquer concessão – por menor que seja – à população miserável. Sua política é simplesmente, “deixar morrer” para salvar os bancos e grandes monopólios, custe o que custar.

Ante o recorde de falências, drástica redução na produção, fuga de capitais de mais de US$54,5 bilhões nos últimos 12 meses etc. os bilionários (que viram sua fortuna crescer na pandemia) nem querem pensar em política assistencial. Para conter o povo, apoiam (por hora) Bolsonaro para que reprima e contenha o povo e não para que faça demagogia com recursos do Estado que desejam abocanhar.

Daí decorre também a intensa e acirrada luta política entre as frações da burguesia nas eleições atuais, com o aparato jurídico e policial do Estado sendo usado como arma de uma fração contra outra, como se vê nos casos do Rio de Janeiro, Pará e Santa Catarina, entre outros, em uma autêntica guerra de quadrilhas.

A burguesia quer usar uma parcela dos recursos públicos para conter a situação  e garantir sua base social, ameaçada de erosão diante da perda de apoio entre setores da classe média e mesmo em setores da burguesia diante de sua impotência diante da crise econômica. A burguesia, no entanto, não aceita que diante deste cenário, de aprofundamento dos antagonismos de classes, o bolsonarismo queira usar dinheiro público para qualquer fim que não seja os interesses dos próprios capitalistas.

Essa crise e divisão da direita precisam ser usadas pelos trabalhadores e suas organizações de luta, pela esquerda, para impulsionar uma perspectiva própria diante da situação, para defender os interesses dos explorados, totalmente opostos aos da burguesia: que pereçam os bancos e os grandes capitalistas para evitar a morte e a fome de milhões.

Para isso, é necessário superar a política de setores da própria esquerda burguesa e pequeno burguesa que apontam, única e exclusivamente, em direção a uma política de capitulação diante dos ataques da direita e de conciliação com as diferentes alas da burguesia o que se expressa, inclusive, nas alianças dos partidos de esquerda com a direita tradicional e até com os partidos da extrema direita.

Uma tarefa central, neste momento, é a luta contra as ilusões eleitorais dessa esquerda e a busca da unidade em torno de uma perspectiva de luta frente à saída reacionária da direita, tendo como eixos a luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela devolução dos direitos políticos do ex-presidente Lula e a defesa de sua candidatura presidencial.

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