Desde a última quarta-feira (11), a Polícia Federal (PF) estuda a transferência de Lula de sua Superintendência em Curitiba para um quartel do Exército, mediante autorização de Sérgio Moro – o Mussolini de Maringá. Segundo a imprensa golpista, a presença de manifestantes às portas da PF estaria “inviabilizando o dia a dia dos policiais na Superintendência”.
Na última semana, o Diário Causa Operária denunciou a manobra, associando-a à prisão de Hugo Chávez na Venezuela, ensejando uma ampla mobilização contra o golpe imperialista. Se os agentes da PF são conhecidos por serem majoritariamente direitistas, no Exército há não apenas reacionários, mas eleitores de Jair Bolsonaro, treinados em técnicas de interrogatório na escola norte-americana SERE (Survival, Evasion, Resistance, Escape) que até hoje têm programas de “cooperação” com as Forças Armadas de toda a América Latina.
Sem transferir ou libertar Lula, os golpistas mudaram de estratégia, optando por expulsar os manifestantes acampados na frente da PF por ordem judicial. No sábado (14), o juiz substituto da 3ª Vara da Fazenda da Fazenda Pública, Jailton Juan Carlos Tontini, fixou uma multa diária de R$ 500 mil às entidades coordenadoras da ocupação, caso os manifestantes não saiam do local. Foi na verdade a continuação do pedido do prefeito fascista de Curitiba, Rafael Greca (PMN-PR). A cada dia a imprensa golpista divulga um novo ultimato, mas os manifestantes vêm se mantendo no local. Por duas vezes, lideranças do PT chegaram a acordar a transferência do acampamento para o Parque Atuba, mas a militância promete seguir resistindo.
Não há saída institucional possível para a recuperação da liberdade para Lula. Os golpistas conduziram um processo fraudulento, coalhado de julgamentos parciais com a finalidade única de prender o ex-presidente e perseguir todas as lideranças e organizações de esquerda. A única maneira de tirar Lula das garras dos golpistas é por meio da ampla mobilização popular, como a que pode ocorrer em um ato de grandes proporções, como o que pode ocorrer a chamado da CUT no próximo 1º de maio.