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Estado racista

Nem mesmo a demagogia da Magalu é tolerada pela Justiça fascista

Meras ações pontuais e que não alteram em nada a situação do negro não são aceitas pelo regime político burguês

Após ter programa de ação afirmativa denunciado 11 vezes no Ministério Público do Trabalho, um membro da Defensoria Pública da União, que teoricamente deveria zelar pela defesa dos necessitados, o defensor público federal, Jovino Bento Junior, entrou com uma ação civil pública para impedir que a a empresa capitalista Magazine Luiza possa realizar o processo processo seletivo para trainees exclusivamente para negros, pedindo R$ 10 milhões de indenização por danos morais coletivos.

Segundo o defensor, um elemento notadamente de extrema direita: “a contratação exclusiva de trabalhadores de determinada raça ou etnia em detrimento de outras, ao invés de promover igualdade de oportunidades, gera exclusão de determinados (muitos, no caso) grupos de trabalhadores”.

O argumento é mero malabarismo retórico da direita, servindo apenas para reforçar a opressão do negro. É evidente que a igualdade entre negro e brancos é puramente formal, não existindo na realidade. O negro é excluído sistematicamente dos processos seletivos de cargos de chefia e inclusive excluído, pela própria estrutura social, não legalmente, de ramos inteiros de atividades profissionais, esse é um fato.

A ação afirmativa anunciada pela gigante varejista, uma das maiores empresas privadas do país que anunciou o programa voltado à negros pequeno-burgueses, além de causar grande repercussão, mostrou uma vez mais que o regime político brasileiro, notadamente o regime golpista, não comporta nem mesmo medidas pontuais e demagógicas, que visem atenuar a opressão contra o negro, ainda que seja em escala microscópica e que não alterem em nada o quadro geral.

Nesse sentido não se trata de uma política racista contra o branco, mas, supostamente, de inclusão. A extrema-direita e setores da direita tradicional veem com ojeriza qualquer abertura, mínima que seja para a inclusão do negro na sociedade capitalista em pé de igualdade com o branco. Temem que os fundamentos da sociedade capitalista brasileira tal como se apresenta sejam solapados pela pressão das massas negras excluídas, por isso apostam na ditadura contra o negro, temem que um processo de abertura qualquer acelerem a luta e a organização deste enorme setor oprimido.

Porém, diferentemente do entusiasmo excessivo com que de setores receberam a notícia do programa da “Magalu”, não se trata de uma ação transformadora, de compromisso com a igualdade racial, é um mero verniz, uma demagogia é grande medida. No caso do Magazine Luiza trata-se apenas de 20 vagas e se somarmos sinalização de outras empresa nesse sentido não chegamos a uma centena.

Mas essa iniciativa da burguesia revela que há um setor da própria burguesia, da direita que vê com preocupação a questão racial e procuram, além da repressão, conter a luta e a rebelião dos negros, sobretudo ao ver as mobilizações nos EUA, com uma pequena abertura para certos setores da população negra como meio de descomprimir a pressão que a luta democrática do negro exerce sobre a estrutura política e econômica nacional, para que não chegue a uma rebelião, sobretudo, nesse momento de crise.

Essa posição da burguesia entra em choque com a estrutura racista do Estado, com a extrema-direita e setores da direita tradicional que não aceitam nada que não seja a repressão violenta manter a opressão e a exploração do negro. Esses fatos mostram muito bem que a luta do negro é contra toda a burguesia, nenhuma política das duas alas da burguesia serve integralmente ao interesses do povo negro evidentemente, e contra o regime político-econômico burguês que não comporta nem minimamente os direitos democráticos do povo negro.

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