O humorista francês Dieudonné M’Bala M’Bala teve a proibição definitiva de suas publicações dentro da plataforma do Facebook e Instagram. Isso aconteceu devido a repetidas denuncias pelo viés de suas publicações consideradas de teor antissemita. Dieudonné M’Bala M’Bala estaria zombando das vítimas do Holocausto judeu através de suas piadas.
Anteriormente, também a Google já havia impedido a continuidade do seu canal no YouTube, no final de junho, devido ao que foi considerado “uma violação repetida do regulamento da comunidade do YouTube”.
A Liga Internacional Contra o Racismo e o Antissemitismo considerou a decisão “uma grande vitória e o desfecho de um longo e rigoroso trabalho de sua equipe de advogados que, finalmente; deu resultados!”
O racismo vem ao encontro do fascismo e como tal deve ser combatido sempre e em todas as frentes. E o trabalho da Liga Internacional Contra o Racismo e o Antissemitismo certamente é justo e empenhado. O que precisa nos manter muitíssimo atentos, no caso em questão; é a atitude de “comemorar” uma decisão que saiu das mãos de Mark Zuckerberg.
O mesmo Mark Zuckerberg que é dono FORMALMENTE (de fachada) de uma empresa que representa os interesses da Central Inteligence Agence- CIA, sob o governo ditatorial imperialista dos Estados Unidos. Comemorar é, no mínimo, bastante ingênuo, para não dizer; imprudente.
Monopólios desse porte, com pleno poder de censura; podem vir facilmente a se voltar também contra a livre expressão da própria esquerda e de movimentos populares nas redes.
Se fizermos uma avaliação correta, os verdadeiros vitoriosos no processo todo foram Facebook e Google.
Essas duas corporações, com a naturalização desse tipo de intervenção nas decisões e nas vidas das pessoas, adquirem mais força e legitimidade para censurar a quem lhes aprouver. E, obviamente, que, se essas empresas podem censurar todo mundo, em certo ponto; vão censurar justamente os movimentos de luta do negro que quiserem lutar verdadeiramente contra o racismo.
Esse é o ponto que não deve sair de foco. É um caminho que está sendo traçado e que pode gerar sérios problemas para a livre expressão num futuro muito próximo. Porque, para finalidade prática, a censura a esse sujeito antissemita Dieudonné M’Bala M’Bala não faz magicamente com que o racismo desapareça na prática.
Não expõe os bastidores de um sistema poderoso que se assenta sobre a desigualdade, que é o do capitalismo. E nem expões as vísceras de empresas monopolistas por trás de articulações golpistas na derrubada de governos e no roubo de recursos, através da promoção de guerras e da criação de falsos inimigos mundo a fora.
Não se deve entregar a tarefa da luta contra os fascistas e contra o racismo a corporações capitalistas, inimigas da classe operária. A luta contra o racismo, em primeiro lugar, deve partir do povo.