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Integrado ao regime

Nem comunista, nem mesmo popular: Dino é um governador burguês

Reabertura das escolas contraria os interesses de 94,7% dos trabalhadores em educação no Maranhão

Não é raro nos depararmos com a caracterização do governo de Flávio Dino (PCdoB), no Maranhão, como “comunista”. Vejamos algumas dessas colocações:

“A minha perspectiva sempre foi a de construir uma sociedade justa, com igualdade de oportunidades e comunhão. Um governo comunista é como o do Maranhão, que o Flávio Dino faz” (Orlando Silva, 12/08/2020, em entrevista à Folha de S.Paulo).

“Sou comunista, graças a Deus” (Flávio Dino, 02/08/2020).

“Ser comunista é defender a comunhão justa da riqueza” (Flávio Dino, em setembro de 2019, nas redes sociais).

Obviamente, não é preciso entrar em um extenso debate para demonstrar que as posições do governador maranhense nada têm a ver com o comunismo defendido por Karl Marx e Friedrich Engels. Dino chegou ao governo por meio de uma eleição como qualquer outra, sendo apoiado pelo PSDB, e não se dedicou, em um único momento, a expropriar a burguesia. Comparar a doutrina de Dino, para quem a foice e o martelo são “do século XIX”, com a doutrina marxista seria absolutamente ridículo.

No entanto, o governo de Flávio Dino não é apenas criticável do ponto de vista de quem compara sua política com a tradição revolucionária do marxismo. A caracterização de Dino como “comunista” é tão farsesca que, quando analisado de perto, o governo maranhense nem mesmo pode ser considerado um governo popular. Isto é, a base de seu governo não é o povo, mas sim os típicos acordos entre as oligarquias locais e a burguesia.

Uma demonstração disso é o que está acontecendo no Maranhão no que diz respeito à volta às aulas. Flávio Dino foi um dos primeiros governadores no País a anunciar a volta às aulas depois da pandemia: no dia 3 de agosto, as escolas privadas já estavam autorizadas a abrirem os seus portões. As aulas na rede pública voltariam na semana seguinte, mas acabaram sendo suspensas.

A iniciativa de autorizar as escolas para voltarem às aulas, obviamente, não corresponde em nada os interesses do povo. Mas se a obviedade não for suficiente para provar isso, uma pesquisa lançada no sítio do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão (Sinproesemma) comprova: 94,7% trabalhadores da educação são contra o retorno das aulas presencias durante a pandemia do coronavírus.

A principal organização dos trabalhadores da educação no estado são, de maneira praticamente unânime, contra a volta às aulas. Pelos dados, fica claro que os professores não foram consultados pelo governo do Maranhão ou que foram completamente ignorados. Se os professores não são levados em consideração antes de o governo determinar sua política para a educação, então somos obrigados a concluir que não são os interesses do povo que regem o governo de Flávio Dino, mas sim elementos externos. E, uma vez que a sociedade é dividida entre a burguesia e os trabalhadores, somos obrigados a concluir, portanto, que quem dá as cartas no governo de Flávio Dino é a classe dominante.

A caracterização de Flávio Dino como um governador burguês não é resultado de uma impressão pessoal, mas sim de uma análise concreta da política sob um ponto de vista científico, baseado na luta de classes. Isso quer dizer que Flávio Dino, independente do que diga ser, reproduz os mesmos vícios da política burguesa. Que, por não ser apoiada na mobilização popular, fica refém das pressões da classe dominante para seguir a sua política.

Não é à toa que Flávio Dino, além de ter autorizado a volta às aulas, também foi um dos primeiros governadores a permitir a reabertura da economia em vários setores, até mesmo em salões de beleza. Deixando de lado o problema da pandemia, Dino também apoiou a entrega da base de Alcântara e a privatização da companhia de gás do estado. E a chave para compreender isso tudo está nas próprias declarações do governador: Flávio Dino procura, insistentemente, se apresentar como um “administrador”, uma figura capaz de resolver, com base em seu mérito individual, os problemas fundamentais da sociedade. E, justamente por isso, na medida em que se deixa levar pela campanha direitista da administração pública e da carreira individual, abandona a mobilização dos trabalhadores e as suas organizações para um papel absolutamente secundário.

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