Foi comemorado no último dia 12 o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, entretanto o problema está enraizada em nossa sociedade, sobretudo quando diz respeito a crianças e adolescentes pobres e negras.
De acordo com o IBGE, dados de 2016 demonstram que “o Brasil tem 2,4 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos trabalhando. Os adolescentes pretos e pardos correspondem a 66,2% do total do grupo identificado em situação de trabalho infantil”, e praticamente metade dessas crianças contam com rendimento familiar mensal per capita de menos de meio salário mínimo.
As áreas profissionais que utilizam trabalho infantil são as mais diversas, desde agricultura e pecuária até construção civil. As regiões que mais tiram aproveito desta situação são o Sudeste e Nordeste, a primeira (a mais desenvolvida do país), tem as maiores taxas, somente no estado de São Paulo, segundo a pesquisa, em 2016, 314 mil crianças e adolescentes estavam trabalhando indevidamente.
O trabalho infantil priva crianças e adolescentes de atividades próprias da idade, inclusive o direito à educação. Além disso, na maioria das vezes o trabalho pode prejudicar a saúde da criança ou adolescente que o executa. “Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, o Brasil registrou entre 2007 e 2018, 43.777 acidentes de trabalho com crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos. No mesmo período, 261 meninas e meninos perderam a vida trabalhando”, informa o site radiojornal.
É preciso enfatizar o fato de dois terços das crianças e adolescentes que sofrem com o trabalho infantil serem negras. Ignorar que esta parcela da população sempre teve, no país, as piores condições de vida e oportunidades seria um erro grave, sobretudo agora com um racista declarado no poder, que trouxe consigo uma corja de racistas, o que aumenta a tendência de ataques a toda população trabalhadora, mas, em especial à população negra.