O Bolsonarismo inaugurou uma nova etapa do genocídio do povo negro no Brasil pela máquina assassina do estado, no Rio de Janeiro o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ) apresentou o número registrado de vítimas letais em ações da polícia militar para o ano de 2019, além de revelar um aumento dos casos de violência contra a população com mortes, também denota a preferência desta corporação fascista em assassinar o povo negro.
O estado do Rio de Janeiro registrou o maior número de vítimas de assassinato pela polícia militar sob o comando do governado fascista Wilson Witzel desde 1998, foram 1.814 pessoas mortas das quais 1.423 eram negros. Obviamente este número é bastante subestimado, uma vez que se sabe conforme denúncias e registros de câmeras que flagram inúmeros casos onde as cenas de violência são alteradas pela própria polícia militar.
O número de vítimas de assassinatos envolvendo o braço armado do estado expressa um crime monstruoso contra o povo, mas não caracteriza um absurdo maior que o fato de 78% das mortes serem negros numa população onde 54% das pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), se declaram negras. Assim fica transparente que o estado assassino da população é também racista, que a orienta a polícia militar estabelecer a que a cor da pele como requisito fundamental para eleição de suas vítimas.
Os dados divulgados pelo ISP-RJ demonstram ainda que o número de assassinatos pela corporação fascista continua aumentando, até abril deste ano de 2020 foram registradas 606 mortes por violência policial que superam o número de 560 para o mesmo período no ano passado. As estatísticas ainda revelam que o extermínio na capital, com 726 assassinatos, é superior ao triplo da cidade de São Gonçalo, segunda colocada no ranking de assassinatos no estado com 220 vítimas do estado. Outra informação importante é que estes crimes ocorrem nos bairros mais periféricos onde justamente está concentrada a população negra.
As informações divulgadas são uma constatação da política que o governador bolsonarista defendia durante as eleições, uma maior repressão do estado contra a população de periferia sobretudo os negros. Witzel protagonizou ainda uma das cenas mais emblemáticas já vistas, onde ordenava que atiradores de elite da polícia militar do estado mirassem a cabeça da população enquanto sobrevoava sobre as favelas da capital.
A morte brutal de João Pedro de 14 anos pela ação policial no Complexo do Alemão foi como a gota d’água do acumulo de assassinatos de outros tantos jovens negros de periferia e resultou na ruptura a paralisia das organizações populares que saíram a protestar pela vida do povo negro. A resposta ao protesto, “Vidas negras importam”, realizado em frente ao Palácio Guanabara, sede do governo do Rio de Janeiro, foi grande repressão por parte da polícia militar contra os manifestantes e na prisão de um jovem que antes de ser colocado na viatura teve um fuzil apontado contra sua cabeça. As manifestações que foram desencadeadas em várias cidades do Brasil onde o movimento negro está organizado, guardadas proporções, seguem o mesmo processo das mobilizações massivas e violentas do povo negro nos Estado Unidos que resultaram da morte de George Floyd em Mineápolis.
As organizações de esquerda e populares junto aos movimentos negros devem lutar pelo fim de todas as polícias militares do Brasil que não passam de corporações de extermínio do povo negro. Para isso se faz urgente derrotar o golpe de estado e o governo Bolsonaro que deu aval a intensificação da violência do estado contra a população negra, bem como, os governos golpistas de Witzel, Doria, Zema, Caiado e Ratinho Jr. É preciso levantar a palavra de ordem Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Eleições Gerais já!