De acordo com a pesquisa elaborada pelo projeto Soro Epi MSP na cidade de São Paulo, pessoas negras (pretas e pardas) são quatro vezes mais afetadas pelo coronavirus que as brancas. Cerca de 20% dos que se declararam negros apesentaram anticorpos para o vírus, também 14% dos que se declararam pardos e apenas 8% dos que se declaram brancos.
O estudo separou os distritos com maior e menor renda, comparando a realidade entre eles. Nos distritos com a metade mais pobre a taxa de infectados é 2,5 vezes maior que no restante e os que possuem curso universitário a incidência é 4,5 vezes menor comparado com os que não possuem o ensino básico completo.
Segundo nota técnica do NOIS (Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde) mais da metade das pessoas negras que estiveram internados em hospitais do Brasil por covid-19 foram a óbito, correspondendo a 54,8%, enquanto que entre a população branca o índice foi de 37,9%.
Esse estudo reflete o racismo estrutural e a desigualdade social que tem como origem a colonização violenta baseada no escravismo e cujas características se encontram presentes até hoje.
A população brasileira é composta por 56% de negros e pardos, mesmo assim apenas 20% deles são ocupantes de cargos públicos e o judiciário se enquadra nessas condições. Isso é o que trata a matéria do SINTRAJUD (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário no Estado de São Paulo).
É corrente a percepção das condições de desigualdade social no país, onde os negros ocupam ainda um lugar como o de senzala, e que só faltam as correntes para aprisionamento. É raro ver alguém negro ocupando cargos de chefia, ou nos empregos mais bem remunerados, independentemente de ter escolaridade compatível.
A maioria dos negros estão em trabalhos de menor remuneração, de maior precarização, com rendimento médio bastante inferior ao dos brancos, além de serem a maior parte da população nos presídios.
Podemos dizer que se encontram em condições de indigência, juntamente com os restantes pobres da sociedade, e a consequência é inevitável de que estejam mais susceptíveis de morrerem pela pandemia. Com baixas rendas, as condições de saúde são mais precárias reduzindo a capacidade do organismo de reagir ao vírus.
A política no país tem sido de genocídio dos negros, trabalhadores, mulheres, LGBTs e tudo que é pobre e minoria. As mortes constantes pela PM também são maiores entre os negros. Entram na favela e não sobra ninguém que estiver na mira deles, com preferência para os negros.
Já passou da hora de dar um basta nessa política genocida da direita fascista. É necessário que a população saia para as ruas e gritem forte e de bom tom pelo fim desse sistema caótico que promove tamanha desigualdade social com racismo declarado e forte opressão social.
Precisamos a união entre os excluídos, discutindo a forma de atuação política na sociedade, indo às ruas e dando um basta a esse governo que tira tudo do pobre para entregar aos banqueiros e empresários. O poder é do povo que precisa lutar pelo seu lugar no mundo, com dignidade, respeito e condições mínimas de vida.