A população negra nos EUA, assim como no Brasil, tem sido um dos setores mais vitimados pelo novo coronavírus. A opressão racial exercida pelo Estado nesses países contra o negro, nos EUA acrescenta-se a contra o latino, potencializa e torna dramático o impacto do vírus contra essa população, ou seja o Estado procura deliberadamente direcionar quase que completamente o ônus da crise de saúde para essa população. Isto se dá das mais variadas formas como a negligência ao atendimento e essa população.
Uma enfermeira estadunidense, Nicole Sirotek, deu prova de um dos aspectos desses mecanismos. Sirotek, que trabalha em hospital Nova York com pacientes vítimas do Covid-19, denunciou em vídeo a negligência de médicos e da instituição em relação ao atendimento da população negra e latina, negligência essa que vitimou várias pessoas, segundo seu depoimento.
Em tom emocionado a enfermeira afirma que as “vidas de negros e latinos não importam aqui” e ainda: “As pessoas não estão morrendo pelo coronavírus. Muitos são vítimas desse tipo de tratamento negligente dado a pessoas pobres, e não da doença”.
Ela relata diversos caso em que presenciou em que a negligência absoluta levou a morte de negros e latinos que estavam lá para se tratar do Covid-19, erros no entubamento, na dosagem de medicação, por falta de experiência, procedimentos fora do padrão e etc.
A quantidade de casos que ela relata e o total desinteresses do hospital ante as denúncias e pedidos de mudança dos protocolos de atendimento, feitos pela enfermeira, mostra que não se trata de uma questão meramente individual, mas de uma política dirigida especialmente a essa população, que é imposta e se sobrepõe ao protocolo médico de atendimento universal, política essa que vem do poder público e da situação de opressão, é um resultado direto da opressão racial.
Veja aqui o depoimento: