Os israelenses estão mostrando que é possível sair para protestar contra o regime de extrema-direita de Benjamin Netanyahu mesmo em meio a uma pandemia. Os eventos do último sábado ocorreram perto da residência oficial do primeiro-ministro na Jerusalém ocupada.
Durante os protestos, pelo menos 11 pessoas foram detidas e várias ficaram feridas devido aos violentos confrontos entre a polícia israelense e os manifestantes que exigiam a renúncia do primeiro-ministro.
Segundo a mídia local, as forças policiais esguicharam água e spray de pimenta para dispersar os manifestantes que eram contra o governo. Na cidade de Ramat Gan, um condutor utilizou o carro para atropelar vários manifestantes e os demais ocupantes do veículo dispararam spray de pimenta.
O departamento de polícia local disse que abriu uma investigação sobre o ocorrido. Já o ministro da Segurança de Israel, Benny Gantz, disse no Twitter que “o direito de se manifestar é sagrado. Quem levanta a mão contra manifestantes e ameaça com a violência deve ser severamente punido”.
O governo de Benjamin Netanyahu saiu fragilizado após as eleições parlamentares realizadas recentemente. As terceiras em um curto período de tempo, porque o regime do primeiro-ministro já se encontrava em um impasse político. Netanyahu obteve a vitória com 26,27%, enquanto em segundo lugar ficou o general Benny Gantz, ex-ministro da Defesa, que conquistou 25,95%.
A administração governamental atual é uma coalizão com burguesia, um improviso que permitirá à Netanyahu ficar mais algum tempo no poder. Pelo acordo, Benjamin Netanyahu segue no cargo de primeiro-ministro até outubro de 2021, quando Benny Gantz e seu partido devem assumir a função e ficarão até o fim do mandato.
No entanto não é definitivo se Gantz o substituirá no cargo ao fim de 18 meses, como foi inicialmente acordado pelos dois partidos. Por enquanto, Netanyahu mantem-se como primeiro-ministro, o que lhe dará o poder de nomear o próximo procurador-geral do país. Gantz é o vice-primeiro-ministro, cargo que acumula novamente com a pasta da Defesa.
Ou seja, é um regime que está muito fragilizado e que conta com ameaças internas constantes, paralelas à insatisfação popular em crescente e a crise desnecessária ocasionada pelo megalomaníaco projeto de anexação da Cisjordânia em um claro atentado à soberania do estado da Palestina.