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O vírus como choque!

Naomi Klein denuncia os efeitos do neoliberalismo em meio à pandemia

Nesse momento, pode-se tirar as devidas conclusões do que é o neoliberalismo e suas venais consequências.

Em recente entrevista ao jornal chileno, La Tercera, em 16 de março, Naomi Klein, escritora e ativista canadiana, faz uma análise da situação atual em relação ao coronavírus e seus efeitos no sistema capitalista. Trata-se da COVID-19 – doença causada por um tipo de coronavírus originado da SARS-CoV-2, um vírus que se espalha com extrema velocidade; tendo saído do continente asiático para o resto do mundo.

Desde o início, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem alertado a todos quanto aos cuidados básicos quanto a importância de lavar as mãos, espirrar e tossir em lenços ou contra o cotovelo, além de evitar aglomerações e cumprimentos com beijos ou apertos de mãos.

O tema abordado não poderia deixar de ser tratado em conjunto com a crise global do capitalismo. A pandemia, com efeito, tem provado não só a incapacidade do capitalismo de garantir a vida da população, como o seu iminente desmantelamento. Em meio ao avanço do vírus, fronteiras estão sendo fechadas e ações estão acumulando perdas de mais de 22 trilhões de dólares, como é o caso da Europa e Estados Unidos. Esses resultados, certamente, conduzirão à uma nova etapa de agravamento social e conflitos para resgatar a liquidez do capital.

Na reportagem de Mónica Garrido, em conversa com Vice, Naomi Klein, autora de livros como “A Doutrina do Choque. A Ascensão do capitalismo do desastre (2008)”, afirma que, mais do que nunca, é necessário “lutar mais por um sistema de saúde universal” e não apenas se cuidar, mas “compartilhar com seus vizinhos e ajudar as pessoas mais vulneráveis”.

Segundo Klein, “O lucro produzido de desastres e guerras não é um conceito novo, mas realmente se aprofundou no governo Bush, após o 11 de setembro de 2001, quando o governo declarou tais tipos de crises de segurança sem fim, e simultaneamente as privatizou e subcontratou”. Fica evidente, a cada crítica de Klein, a debilidade da política neoliberal estadunidense em fornecer os cuidados básicos à população.

A ativista explica que o “desastre capitalista” é uma forma como as indústrias privadas ressurgem ao se beneficiar diretamente de uma crise de larga escala, o que pode ser visto com a ocupação do Iraque e do Afeganistão. “A Doutrina do Choque é uma estratégia política que consiste em usar crises em larga escala para promover políticas que sistematicamente aprofundam a desigualdade, enriquecem as elites e minam os demais”, complementa.

Klein, por conseguinte, faz alusão a uma estratégia nascida em resposta ao New Deal, sob o mandato de Franklin D. Roosevelt, o que, segundo Milton Friedman, economista norte-americano, teria causado uma crise nos EUA. “As elites políticas e econômicas entendem que os momentos de crise são sua oportunidade de impulsionar sua lista de desejos de políticas impopulares que polarizam ainda mais a riqueza neste país (Estados Unidos) e em todo o mundo”, disse Klein.

Ao ser indagada sobre a falta de estrutura para lidar com a pandemia e com o colapso dos mercados em meio a “múltiplas crises que estão ocorrendo no mundo”, Klein conclui que “o choque” seria o próprio vírus.

E foi tratado de uma maneira que a maximiza a confusão e minimiza a proteção. Não acredito que seja uma conspiração, é apenas o modo como o governo estadunidense e Trump lidaram completamente mal com essa crise, até agora não a trataram como uma crise de saúde pública, mas como uma crise de percepção e um possível problema para a sua reeleição”, ratifica Klein, ao analisar a crise em meio às eleições democratas anteriores às presidenciais.

Podemos pensar que estaremos seguros se tivermos bons cuidados médicos, mas se a pessoa que faz nossa comida, que entrega nossa comida e empacota nossas caixas, não pode sequer pagar pelo teste, e muito menos ficar em casa, pois não recebe licença médica, não estaremos a salvo”, disse Klein, conhecida por suas críticas à globalização e ao capitalismo.

Klein notadamente se posiciona contra o neoliberalismo, tendo em vista os efeitos do sistema para a classe trabalhadora; o que, por sinal, pode ser visto no caso dos EUA, onde não existe saúde pública e milhares de pessoas estão morrendo sem cuidados médicos. De acordo com Klein, “1uando se está em um sistema que se sabe que não está cuidando das pessoas e não está distribuindo recursos de maneira equitativa, então sua parte de ‘monopólio’ se iluminará”. Essa política, levada a cabo em diversos países do mundo, tem cobrado a fatura de anos de domínio do capital usurário e dos monopólios industriais e comerciais em todo o globo. Esse domínio, portanto, é o responsável pelos desastres atuais, onde o Estado encontra-se nas mãos dos bancos e de outros grandes capitalistas. Nesse momento, pode-se tirar as devidas conclusões do que é o neoliberalismo e suas venais consequências.

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