No dia 4 de junho, o canal CNN Brasil anunciou a contratação de William Waack como âncora de um telejornal diário em horário nobre que será estreado em breve. Filial de uma empresa norte-americana, isto é, intrinsecamente ligada ao imperialismo, a CNN Brasil ainda está sendo montada para iniciar sua transmissão.
William Waack ficou conhecido no jornalismo por trabalhar durante vários anos para a Rede Globo. No entanto, Waack foi demitido da Globo em 2017, pouco depois de ter feito comentários racistas nos bastidores, sem saber que estava sendo gravado.
Na época em que a gravação de Waack com comentários racistas veio à tona, a Rede Globo veio à publico dizer que era contra “toda forma de discriminação”. Tratava-se, obviamente, de pura demagogia: diariamente, comentários racistas são feitos nos bastidores e tolerados pelos donos da Globo. Em inúmeras oportunidades, em especial nas telenovelas, a Globo se mostrou puramente racista, chamando para seus elencos somente artistas brancos.
A demissão de Waack também só ocorreu porque ele já havia prestado o serviço para o qual fora designado. Waack era um cachorro raivoso que atacava diariamente o PT – uma vez que o governo Dilma Rousseff já havia sido derrubado, Waack poderia ser demitido sem quaisquer perdas para a burguesia.
Agora, a CNN Brasil, que segue a mesma linha política da Rede Globo e defende os mesmos interesses que a Rede Globo, decidiu “ressuscitar” William Waack, que parecia ter tido a carreira enterrada. Isso só comprova que, para a burguesia, não há o menor interesse em reprimir qualquer caso de racismo: a burguesia é ela própria racista e apoia a Polícia Militar e todas as demais ferramentas do Estado burguês criadas para marginalizar os negros.
A contratação de William Waack pela CNN Brasil faz qualquer um lembrar do livro de Ali-Kamel, homem forte do jornalismo da Rede Globo: “não somos racistas”. De fato, para a burguesia, não existe racismo: o que existe é o lucro, e todos os meios para alcançá-lo são justificados pelo próprio lucro.