Na sabatina realizada pelo UOL, Folha de S. Paulo e SBT, órgãos da imprensa burguesa que apóiam incondicionalmente o golpe, o candidato que setores da esquerda querem de alternativa a Lula, Ciro Gomes, tratou de afagar e se colocar ao lados dos latifundiários.
O candidato, mais uma vez, atacou a população e a luta pela terra afirmando que “agronegócio está carregando o Brasil nas costas”. A colocação é a principal frase apresentada pelos representantes do agronegócio para afirmar que fazem o papel importante no desenvolvimento do país, evitando assim de receber críticas pelas atrocidades que cometem.
Em primeiro lugar, a afirmação é totalmente falsa. O agronegócio é um dos maiores impedimentos no desenvolvimento do Brasil e responsável pelo que há de mais atrasado, nos remetendo ao período colonial.
Apesar da campanha da Globo, do “Agro é Tech, agro é pop, o agro é tudo”, com ar de modernidade e industrialização, o agronegócio se apóia no atraso do campo e nos resquícios do Brasil colônia, como o latifúndio, no coronelismo e no trabalho escravo.
Na verdade o agronegócio, que Ciro Gomes tanto defende, impõe o atraso a população rural e a estagnação econômica das regiões em que se consolida, como podemos ver nas usinas de cana-de-açúcar, nos grandes empresas florestais, plantios de soja e algodão, laranjais e muitos outras culturas e criações.
Essas atividades estão intimamente ligadas à grilagem de terras e expulsão de posseiros e comunidades indígenas e quilombolas, como nas empresas florestais que atuam no Extremo Sul da Bahia, as criações de gado no Mato Grosso do Sul, a soja e algodão no Mato Grosso, canaviais por todo país, laranjais em São Paulo que geram poucos empregos para a população local e não levam desenvolvimento, apenas muito lucro para os latifundiários e empresas do agronegócio. A industrialização gerada é incipiente e pontual.
Baseiam-se na precariedade das regiões rurais para não cumprir legislação trabalhista, contaminações de trabalhadores com agrotóxicos e, na maioria das vezes, se utilizam de trabalho escravo. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) possui uma lista das empresas autuados por submeter trabalhadores ao trabalho escravo. Dessa lista, 64% das empresas autuadas são do agronegócio, sendo agricultura (31%), pecuária (25%) e o setor madeireiro (8%). Mas esse número está sub-notificado visto a falta de recursos para a atuação dos fiscais do MTE.
Em geral o agronegócio estagna a região, gerando subempregos e é um mero fornecedor de matérias-primas e para os países imperialistas, com uma economia baseada no período colonial, que apenas beneficia os países imperialistas e meia dúzia de latifundiários. Mas o candidato da esquerda golpista propositalmente esconde e dissimula.