Comentando estas afirmações do presidente, a deputada federal do PSOL, Sâmia Bomfim, escreveu na mesma rede social que “se o Brasil de fato gastasse demais com educação, um ignorante como Bolsonaro jamais teria sido eleito presidente” com o que não só não rebate, no fundamental, o argumento de Bolsonaro, como reforça a fraude e o velho preconceito da direita – repetido por setores da esquerda pequeno burguesa -: de que que o povo é ignorante.
Muito mais grave ainda é que a declaração da psolista reforça um argumento que serve, ainda, de base para uma suposta legitimidade do governo golpista de Bolsonaro: a de que ele foi escolhido pela maioria do voto brasileiro que (sendo ignorante) votou no seu carrasco. Deste modo, a deputada ajuda a direita a ocultar os fatos mais importantes do último processo eleitoral:
A pretexto de criticar o posicionamento reacionário de Bolsonaro sobre a Educação, Sâmia Bonfim acaba por lhe oferecer aval em algo muito mais importante, a falta legitimidade de sua eleição que, inclusive, lhe serve de munição para atacar a Educação e tudo mais que interessa ao povo brasileiro, uma vez que – segundo essa versão fantasiosa – ele teria sido escolhido em eleições democráticas, pela maioria do povo brasileiro.
Essa política constitui-se em um fundamento que leva o PSOL e demais setores a atuarem – no máximo – como críticos do governo Bolsonaro, que deveria ser criticado, mas aceito como legítimo. Isso quando o povo “ignorante” não lhe conferiu qualquer legitimidade e já deu mostras contundentes de ter cada vez mais clara a necessidade de colocá-lo para fora para impedir que esse avance contra todos os seus interesses.