No último sábado (29), o governador maranhense Flávio Dino (PCdoB-MA) publicou, em seu perfil no Twitter, seu posicionamento em relação aos vazamentos mais recentes da Operação Lava Jato. Disse Dino: “qualquer perseguição por motivos políticos, alem de inconstitucional, é profundamente imoral. Mais grave ainda quando são juízes e procuradores a armarem coisas “simbólicas”, fazerem “tabelinhas”, com intuito puramente político. Será que nem vergonha estão sentindo? Remorso ?”.
Considerar uma conspiração internacional para perseguir o maior líder popular do país como uma “imoralidade” é jogar fumaça nos olhos de toda a população. O que ficou revelado pelos vazamentos não foi um problema “ético” do ex-juiz da Lava Jato Sergio Moro e do procurador fascista Deltan Dallagnol, mas sim algo inadmissível em qualquer Estado que se pretenda minimamente democrático.
O contato entre o juiz de um caso e uma das partes – neste caso, o Ministério Público – é um crime, uma agressão vital aos direitos democráticos da população. Um julgamento em que o acusado tem como um juiz alguém que orienta seu acusador durante o processo não é um julgamento de fato: é uma farsa típica de um Estado de total arbítrio.
O caso dos vazamentos da Lava Jato vão muito mais além do que o mero contato entre o juiz e uma das partes. Trata-se de um conluio escancarado para perseguir o ex-presidente Lula e os demais inimigos do regime político: ficou claro que as eleições de 2018 foram uma fraude, que a Lava Jato não investigou os elementos protegidos pela burguesia, como no caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e priorizaram a condenação de Lula, mesmo convictos da ausência de provas.
Nenhuma organização de esquerda deve, diante do escândalo revelado pelo portal The Intercept Brasil, exigir que os golpistas que tramaram uma conspiração contra os brasileiros peçam desculpas ou se envergonhem de seus atos. É necessário exigir imediatamente a anulação de todos os processos que foram organizados pelos golpistas e expulsá-los do regime político a pontapés.
A crise gerada pelo escândalo sobre a Operação Lava Jato não trará nenhum benefício para os trabalhadores se não houver uma mobilização real contra a direita. A burguesia, como o próprio STF já demonstrou, está disposta a ignorar todas as provas do conluio e a manter Lula na cadeia de qualquer maneira. Por isso, é necessário ir para as ruas contra o regime político.
É hora de organizar um amplo movimento que consiga elevar a luta contra o golpe a um novo patamar. Todos às ruas pela liberdade de Lula, pela derrubada de Bolsonaro e todos os golpistas e pela convocação de eleições gerais imediatas!