Na França, país de economia avançada, a prefeitura de Loire-Atlantique, determinou a proibição da ocupação da maior parte do centro da cidade, onde Steve Maia Caniço, de 24 anos, desapareceu no dia 21 de junho, quando caiu no rio Loire durante uma operação policial. O corpo de Steve só fora localizado no dia 29 de julho, um mês depois.
Assim que veio a tona a descoberta do corpo do manifestante, uma série de manifestações começaram a eclodir na cidade, tirando o sono da burguesia e do aparelho executivo da cidade, que teme a pressão das massas. De acordo com a prefeitura, existe um “risco importante de que atos violentos ocorram no centro da cidade”. Todavia, permite-se que a “marcha branca” (tipo de manifestação póstuma na França), pode ocorrer nos pontos mais afastados. Os manifestantes, entretanto, não pretendem atender aos ditames do prefeito, que apelou aos “coletes amarelos” e black blocs.
A situação tem percorrido todo o país, gerando forte comoção. Em Bordeaux, 250 pessoas se reuniram em silêncio na terça-feira (30) para homenagear Steve Maia Caniço. Já em Besançon, cerca de cinquenta habitantes se postaram diante da delegacia de polícia para pedir “justiça para Steve”. Nesta quarta-feira (31), em Toulouse, Centenas de pessoas denunciaram a ação repressiva do Estado e disseram: “A polícia assassina” ou “Demissão de [Christophe] Castaner”, ministro do Interior.
Steve participava de uma festa de música quando o evento foi sufocado pelo aparato repressivo do Estado. Segundo testemunhas, as pessoas foram reprimidas com bombas de gás lacrimogêneo e disparos de bala de borracha, quando, então, no curso dos acontecimentos 14 pessoas caíram na água, sendo Steve um dos acossados.
Casos como este demonstram a total falta de democracia do capitalismo, mesmo em países super desenvolvidos. Quando se fala em sociedade dividida em classes, não se trata de democracia, mas da ditadura da classe dominante sob a população explorada, seja onde for!