No dia 11 de maio começará por todo país as inscrições para o ENEM 2020. O exame nacional do ensino médio, que serve como uma das principais formas dos estudantes ingressarem nas universidades será realizado em um momento extramente turbulento.
O início das inscrições ocorrerá justamente no ápice da pandemia de coronavírus no Brasil. Em um ano onde todos os estudantes de ensino médio estarão perdendo pelo menos um semestre, a corrida para entrar nas universidades será ainda mais afetada, tendo a população pobre como a mais prejudicada.
Organizações como a UNE, entre outras, passaram a levantar políticas para a situação de pandemia. Entre elas a de redução dos custos das mensalidades, como também do adiamento da prova nacional.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) também saiu em defesa do adiamento em pelo menos 15 dias do ENEM, uma medida paliativa que não faz sentido algum, pois em meio a esta crise, uma ou duas semanas de nada servirão para melhorar a situação para os estudantes.
Com a manutenção do dia das provas, o governo federal passou novamente a ser atacado por sua política negligente. No entanto, o que deve ser o ponto central desta discussão do ENEM não é apenas o adiamento da prova. Tal medida é inócua e não evolui em nenhum direito à população. As organizações estudantis devem partir para ofensiva e, aproveitando a crise, exigir a livre entrada nas universidades.
O fim dos vestibulares e a garantia da continuidade do ensino médio ao superior, como acontece nos níveis fundamentais, é um direito básico e essencial que necessita ser defendido.
A AJR (Aliança da Juventude Revolucionária), o coletivo da juventude do PCO, defende que todos os estudantes tenham direito a acessar livremente as universidades. Esta é a única forma de garantir um básico direito democrático, aquele que impõe “educação para todos”.
O que existe no Brasil é educação para uma minoria, sobretudo no ensino superior. O processo de filtragem dos candidatos contraria todos os direitos democráticos do povo e deve ser abolido.
Por isso, exigir apenas o adiamento do ENEM não é e nunca será o suficiente. Precisamos por um fim aos vestibulares, e permitir que de fato o povo tenha acesso ao ensino superior.