Em declaração ao jornal golpista Folha de S.Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), declarou:
“Se Lula puder ser candidato, defendo a sua candidatura como o melhor caminho para chegarmos a um novo contrato social. Ele faria uma espécie de transição política entre o horror bolsonarista e um outro momento, inclusive com projeção de novas lideranças.“
A fala de Dino é uma resposta ao pronunciamento do ex-presidente Lula feito no dia da independência do Brasil, há 4 dias. Em seu discurso, Lula disse estar à disposição do Brasil, em um claro recado de que seria candidato à presidência da República, caso houvesse uma mobilização a seu favor.
Lula era o candidato favorito das eleições presidenciais de 2018. No entanto, só não foi candidato porque a direita fraudou um número extraordinário de processos contra ele e cassou a sua candidatura. Nesse momento, Lula permanece impossibilitado, de um ponto de vista legal, de se candidatar novamente. Contudo, na medida em que cresce a revolta contra o governo Bolsonaro, cresce o apelo para que ele retorne à presidência.
Nessas condições, o papel de toda a esquerda não poderia ser outro a não ser o de lançar uma gigantesca campanha pela candidatura de Lula. Se Lula não pode, legalmente, ser candidato, é porque a direita não quer que ele seja candidato. E se assim é, é preciso uma mobilização que passe por cima das instituições e garanta a sua candidatura.
Dizer que apoia Lula “se” ele for candidato, é o mesmo que não o apoiar. O único apoio real ao ex-presidente é a luta para que ele seja candidato. E não uma luta no parlamento, na imprensa burguesa. Mas sim uma luta nas ruas, que tenha na mobilização dos trabalhadores a sua inesgotável fonte de força.