Dilma Rousseff deu uma entrevista ao jornal de esquerda Brasil de Fato. Nela, a presidente afirma que que estamos em um momento “fundamental para se voltar a investir nas lutas fora da institucionalidade e na organização fora da institucionalidade˜. Segundo ela, é preciso continuar a realizar as tentativas institucionais mas, primordialmente, sair às ruas para lutar contra os ataques da direita.
Trata-se de uma afirmação que demonstra uma determinada radicalização da ala lulista do Partido dos Trabalhadores. Dilma fala que é importante “a luta das mulheres, dos trabalhadores, dos sem-terra, dos desempregados” e assim por diante.
Segundo ela, o momento que vive o país “cria o ambiente em que nascem os filhotes da extrema direita”. Denunciando que é preciso combater os avanços da direita, como a Escola com Fascismo.
A radicalização da ala lulista do PT ficou expressa, inclusive, na carta que o ex-presidente Lula, preso político dos golpistas, escreveu para a direção nacional do partido – reunião em que a direita petista tentou atacar Dilma e culpá-la pelo golpe.
A radicalização do lulismo se dá justamente por conta do aumento da pressão da burguesia golpista (até mesmo no interior do PT) que está perseguindo os principais dirigentes do partido.
Dilma utiliza a mesma expressão que Lula. Afirma que o partido tem que “voltar às bases novamente”. E reforçar a política com as classes populares que são a grande maioria da base do partido.
Desse ponto de vista, Dilma e Lula estão certos: para derrotar os golpistas é essencial mobilizar as bases trabalhadoras. Mobilizar um movimento de características revolucionárias para libertar Lula e derrubar o governo de Bolsonaro e todos os golpistas. Apenas desta forma é possível barrar a ofensiva da direita contra o povo.