A Kostal Eletromecânica Ltda., subsidiária da multinacional alemã LK – Leopold Kostal, empresa de componentes eletrônicos e mecatrônicos para a indústria automotiva, informou através das redes sociais, que fechará as suas fábricas em São Bernado do Campo(SP) e Manaus (AM). “Após decisão estratégica, manterá suas operação no Brasil ‘através’ de suas plantas de Cravinhos (SP)”.
A Kostal possui 34 fábricas e está presente em 17 países, com um faturamento anual em torno de € 1,5 bilhões, sendo que 10% desse faturamento é obtido somente no Brasil. Está presente no país dede 1978, ou seja, já são 42 anos que a empresa opera no Brasil.
No último dia 08 de maio a empresa comunicou, ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande ABC, que irá encerrar as atividade da sua planta localizada no bairro da Vila Pauliceia, que conta com cerca de 300 funcionários. Segundo a assessoria da empresa, a Kostal pretende concentrar a sua produção no México, e justifica a sua decisão ao afirmar que produzir no Brasil não é mais competitivo, para eles concentrar a produção no México é melhor para abastecer toda a América do Sul.
Em resposta a determinação do fechamento da fábrica, os trabalhadores da planta de São Bernardo, decidiram desde segunda-feira (09), entrar em greve e, na terça-feira (10), saíram em passeata pelas ruas do bairro Taboão, passeata essa que contou com a solidariedade de vários funcionários de diversas fábricas da região que engrossaram a manifestação em apoio.
Para o presidente do sindicato, Vagner Santana, o Wagnão, “a ação da Kostal é puro oportunismo. A pandemia da covid-19 está camuflando a situação para que as mazelas que se abatem sobre a classe trabalhadora não sejam noticiadas. Temos de sair às ruas, mostrar que restaurantes, comércio e serviços serão todos afetados por uma decisão desses.” (Diário Regional 11/06/2020)
A claro e evidente que a decisão da Kostal em fechar as suas fábricas na América Latina vai no sentido de reduzir os custos da empresa e consequentemente aumentar a sua lucratividade, já que todo capitalista só tem um objetivo: lucro a todo o custo, nem que para isso sejam jogados na miséria centenas de trabalhadores e suas famílias.
Os trabalhadores, diante a intransigência dos patrões em fechar as fábricas e jogar no olho da rua os seus funcionários, devem se radicalizar, através dos seus próprios métodos tradicionais de luta. Se greve não está resolvendo, ocupar a empresa e colocar a fábrica em funcionamento sob o controle operário. Não permitir que a empresa venda o seu maquinário e matéria prima e que seus funcionários passem a administrar, eles próprios, e passem a conversar junto às montadoras, que são os seus clientes, e manter a produção e nesse sentido preservar o funcionamento da empresa.
A Kostal tem nome, tem mão de obra qualificada e, os trabalhadores não podem perder os seus empregos em consequência da política irresponsável dos atuais administradores que só tem um objetivo: o lucro.
Nesse momento em que o governo golpista e toda a burguesia atacam a classe operaria brasileira é necessário recorrer aos métodos de luta da classe operária para frear os ataques da direita e da burguesia, bem como colocar a questão do controle operário e da luta pelo poder do Estado.