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Fora Bolsonaro!

Não à privatização e demissão de 40 mil: greve e ocupação dos Correios

É preciso organizar comitês de base que mobilizem a combativa categoria dos ecetistas para barrar os planos do governo ilegítimo de entregar a ECT para os tubarões capitalistas

A venal imprensa golpista anunciou ontem que o presidente ilegítimo, Jair Bolsonaro, decidido em encaixar a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), não sabe o que fazer com o contingente de desempregados que vai se formar com a venda da estatal.

Segundo dados divulgados pelo governo e pela imprensa a estimativa é que cerca de 40 mil trabalhadores  percam o emprego com a privatização. O número representa mais de 40% do atual efetivo da empresa, que já teve mais de 125 mil empregados (em 2013) e hoje tem cerca 95 mil, depois de um conjunto de planos de demissões realizadas pelos governos golpistas.

 

Entrega e demissões

 

Segundo divulgou reportagem de ontem do Painel, da Folha de S. Paulo, “Bolsonaro não pretende absorver os demitidos, para evitar que medida similar tenha que ser adotada em expurgos das estatais vendidas no futuro”. Ou seja, o governo quer ver 40 mil trabalhadores, em sua maioria pais e mães de família no olho da rua, em uma situação em que há um desemprego recorde, com dezenas de milhões de trabalhadores sem conseguirem uma colocação, muitos deles há mais de um ano. E diante de uma crise que dá claros sinais de aprofundamento.

Cinicamente, Bolsonaro declarou na semana passada que “se pudesse privatizar hoje, privatizaria. Mas não posso prejudicar o servidor dos Correios. É isso”. Na realidade, o governo vem intensificando a política de dilapidação da empresa, preparando-a para a privatização, ou seja, para entregá-la, praticamente de graça para os tubarões capitalistas interessados em abocanhar um dos maiores patrimônios brasileiros e se apoderar do monopólio desse serviço essencial.

Parte dessa politica “preparatória” consiste em uma constante expropriação dos trabalhadores ecetistas e das suas condições de vida e de trabalho. Os salários na empresa chegaram ao pior nível em décadas, conquistas de anos de luta da categoria foram atacadas, como é o caso do plano de saúde dos servidores que passou a ser pago pelos funcionários e deixou de atender a parte dos dependentes dos mesmos.

O governo ainda quer transferir parte da alegada dívida de cerca de R$ 3 bilhões do plano de saúde  para os próprios trabalhadores. Assim vem divulgando que a data prevista para a apresentação do formato final de privatização ficaria para o fim de 2021.

Ainda segundo Bolsonaro, “você mexe nessas privatizações com centenas, dezenas de milhares de servidores. É um passivo grande. Você tem que buscar solução para tudo isso. Você não pode jogar os caras para cima. Eles têm que ter as suas garantias. Tem que ter um comprador para aquilo. É devagar. Tem o TCU com lupa em cima de você. Não são fáceis as privatizações”.

Contra as privatizações, mobilizar os trabalhadores e ocupar os Correios

 

 

Além dos Correios, o governo entreguista de Bolsonaro apresentou uma lista – no ano passado – e anunciou a decisão de privatizar outras  17 empresas estatais, algumas delas estratégicas para o País, como o Serpro e a Dataprev que detêm e manipulam informações sobre toda população brasileira. O objetivo dos golpistas é entregar também toda a Petrobras, a CEF e o Banco do Brasil, completando a obra de destruição do famigerado governo FHC.

Só nos últimos cinco anos, o número total de trabalhadores das estatais que era de 554.834 (em 2015), foi reduzido em cerca de 15 %, caindo em menos de 480 mil trabalhadores. Já são mais de 70 mil demissões e as privatizações podem multiplicar esse numero várias vezes como mostra o anuncio sobre os Correios.

Um caso exemplar é o da privatização do setor siderúrgico nos governos Itamar e FHC, que levou ao fechamento (em apenas oito anos) de mais de 35 mil postos de trabalho. A redução de pessoal foi de aproximadamente 45% em relação aos cerca de 77,5 mil empregados que as mesmas usinas tinham entre 89 e o início dos anos 90.
A privatização do setor foi encerrada em setembro de 93. Foram privatizadas as seis maiores siderúrgicas do país -Usiminas, CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Cosipa, Acesita, Açominas e CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). Só na CSN, foram mais de 20 mil demissões. Empregos que nunca foram recuperados.

As consequências para os trabalhadores dessas empresas e para todo o povo brasileiro são drásticas e as privatizações não podem ser derrotadas por meras iniciativas parlamentares e discursos, inúteis atos nos dias de leilões etc. É preciso colocar em movimento a força da CUT e dos sindicatos, a força da mobilização dos trabalhadores.

É preciso realizar uma ampla campanha junto aos trabalhadores e à população; realizar plenárias e atividades unificadas dos trabalhadores das estatais e das suas organizações, construir comitês de luta contra a privatização e, principalmente, organizar a ocupação das empresas ameaçadas, como no caso dos correios.

Os correios são uma categoria combativa com enorme tradição de luta. No entanto, o enfrentamento com o governo Bolsonaro e a privatização se vê obstaculizada pela política de suas direções atuais que têm buscado um entendimento com o governo golpista e a direita que comanda a ECT, presidida por um general.

É preciso construir comitês de luta contra a privatizada na base da categoria em todo o País e iniciar já uma grande mobilização, rejeitando também a política ilusória de que a destruição da empresa e as milhares de demissões possam ser barradas por meio de inúteis articulações parlamentares.

É nas ruas, com a greve e a ocupação dos prédios dos Correios que a privatização poderá ser enfrentada e derrotada.

 

 

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