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Aproximações sucessivas

Não à nomeação de interventores nas universidades

Avança processo de impor reitores bolsonaristas nas instituições de ensino

A direita vem avançando sucessivamente em diversos pontos estratégicos com ações concretas, enquanto a maioria da esquerda nacional sonha abstratamente com eleições ou clama pseudo vitórias em meio a um embate que tem sido travado entre os golpistas. Em meio a esses avanços da direita no país, estão as nomeações para a reitoria das universidades, cargos de grande importância política. As intervenções vão desde nomeações diretas de figuras desconsideradas ou mesmo rechaçadas pela comunidade acadêmica, à colocação de reitores temporários, que não tem muito prazo para sair a até outros casos onde existem ameaças de aparelhamento com bolsonaristas.

O processo de escolha dos dirigentes das universidades públicas sempre foi algo extremamente antidemocrático. O processo se dividia em três etapas; em primeiro lugar as chapas apresentavam sua proposta à comunidade acadêmica, composta em sua grande maioria por estudantes, que então votavam. O mais votado, no entanto, era apenas uma indicação dirigida ao Conselho Eleitoral, composto por no mínimo 70% de professores, no qual votava a segunda etapa do processo. Após essa segunda votação uma lista tríplice é levada ao Ministério da Educação, onde este podia escolher, ou não, um dos três nomes da lista. Em suma, a palavra final do MEC pode escolher alguém que não tivesse sido escolhido em nenhum dos dois processos.

Se a vontade soberana dos estudantes já era posta no fim da fila, após a medida provisória (MP 979), as coisas prioraram muito. Graças a Weintraub, durante a pandemia o governo federal pode escolher diretamente o reitor das instituições, sem passar pelos processos citados. A medida, naturalmente usa como pretexto a crise sanitária (que o próprio desgoverno de Bolsonaro agravou) para impor um processo antidemocrático. Dentro da política sanitária do governo tudo é permitido, com exceção de manifestações políticas ou coisas do gênero.

No caso da UNIRIO tivemos a eleição fraudulenta de Ricardo Cardoso, que antes  foi vice-reitor de Luiz Pedro San Gil Jutuca, o qual em sua gestão foi omisso à perseguição de alunos de esquerda, que tiveram suas fotos, números de telefone  e documentos expostos num dossiê de autoria anônima, uma verdadeira perseguição ditatorial. Cardoso e  o Almirante Helton Setta, amigo pessoal de Bolsonaro, se candidataram ao cargo sem passar pelo crivo dos estudantes. Cardoso foi escolhido pelo conselho eleitoral passando por cima da vontade da comunidade.

No caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) a ameaça do Deputado Bibo Nunes (PSL-RS) ao apoiar o nome de  Carlos Bulhões para a reitoria causou uma resposta dos estudantes que se manifestaram contra o nome escolhido pelo bolsonarismo. Para impedir que esta situação se perpetue dentro das universidades,. é necessário que haja uma ampla mobilização de toda a comunidade acadêmica, com os alunos liderando este movimento, para impor uma derrota ao governo direitista e conquistar a nomeação dos nomes escolhidos e eleitos pela própria comunidade universitária.

 

 

As intervenções nas diversas formas se estendem em cerca de 17 instituições federais. O caso das maiores entidades estudantis tem sido de ser conivente com a direção que vem sido tomada pela direita, ambas apoiaram campanhas de doação de celulares e gadgets do tipo de forma a endossar a destruição da educação simbolizada pelo EAD. A solução para a situação deve ser a de fortalecer o movimento estudantil pela base. A campanha pelo governo tripartite, poe exemplo, é um exemplo desse caminho. A escolha pelos dirigentes das instituições estudantis deve ser desvinculada da centralidade do governo federal. Cada voto deve ter valor igual entre os componentes das instituições, ou seja, sejam os votos de professores, técnicos ou alunos ele valerá por um. A comunidade acadêmica evidentemente é em maioria composta por estudantes, o fato de seus votos tradicionalmente serem desvalorizados é portanto mais uma evidência do processo anti-popular entranhado nas universidades. Dessa forma, o governo tripartite daria voz necessariamente a maioria.

É importante ainda frisar que esse processo é um importante mecanismo de fortalecimento e organização do movimento estudantil, um setor importante na luta política devido a sua tendência progressista, movimento esse que foi chave na derrubada da ditadura militar brasileira.

 

Não ao EAD, contra a volta às aulas durante a pandemia e Fora Bolsonaro!

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