Uma das questões que mais vem sendo objeto de discussão e polêmica no interior da esquerda nacional, particularmente no interior do PT, envolvendo as próximas eleições presidenciais e os caminhos para derrotar o criminoso governo Bolsonaro, sustentado pelos militares golpistas e apoiado pela direita tradicional, diz respeito à qual melhor estratégia para alcançar os resultados almejados; vale dizer, a vitória das forças populares em 2022, representada pela candidatura do ex-presidente Lula, que neste momento lidera todas as intenções de voto à corrida presidencial.
Há todo um amplo espectro de forças políticas – da centro-esquerda à esquerda – que propõe uma ampliação das alianças, materializada na conformação de uma frente ampla o mais alargada possível como estratégia para neutralizar e enfrentar o bolsonarismo, derrotando-o nas urnas. Este leque de alianças não ficaria somente no terreno da centro-esquerda, que em tese seria o limite, mas chegaria até mesmo ao encontro de setores da direita, como os políticos desmoralizados do PSDB e outras legendas que comporiam a frente eleitoral supostamente anti-bolsonarista.
O encontro do ex-presidente Lula, na semana passada, com o também ex-presidente FHC, foi apoiado e aplaudido de forma entusiástica por muitos setores do PT, em especial sua ala direita, que alimenta a crença na possibilidade de um fortalecimento da candidatura petista ao Planalto via o apoio do maior inimigo do partido e detrator pessoal de Lula, Fernando Henrique, o homem dos dois mandatos presidenciais na década de noventa que liquidificou a economia nacional, destruiu o parque industrial brasileiro, jogou milhões de famílias na miséria e no desespero, entregou grande parte do patrimônio nacional ao grande capital nacional e estrangeiro, deixando um rastro de fome, miséria e tragédia social nunca antes visto no País.
É necessário que se diga e esclareça que o PSDB é um partido criminoso, que nada tem de democrático e uma aproximação com os tucanos não irá trazer nenhum dividendo para Lula e o PT. Ao contrário, essa é uma daquelas histórias de namoro que sempre acabam mal para a esquerda, sempre terminam em traição, pois nada de positivo os elementos carcomidos da velha política reacionária, golpista e repressora do PSDB poderá acrescentar à candidatura do ex-presidente Lula. Chama a atenção também – e as consequências podem ser igualmente desastrosas – a aproximação do ex-prefeito paulistano e ex-candidato presidencial petista- Fernando Haddad, com o ex-governador tucano Geraldo Alckmin, na esteira das conversações que os PT vem levando com os maiores inimigos do povo paulista, os políticos repudiados do PSDB, o partido que está entronado há mais de trinta anos no governo do mais importante estado da federação.
Portanto, as chances de vitória do ex-presidente Lula em 2022 somente poderão ser reais e se concretizar se houver uma total e completa delimitação com todos os setores da burguesia, do golpismo, da direita e do imperialismo. A força eleitoral do candidato petista está assentada na sua trajetória histórica, na luta que travou contra a direita, e em defesa dos trabalhadores contra os inimigos do povo e nesta mesma direção que deverá seguir para se impor como candidato que representa as forças populares, democráticas e de massas do País.