Na última quarta (30), as centrais sindicais CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical e CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) publicaram nota conjunta em que, ao invés de chamarem a mobilização dos trabalhadores, que façam greve com ocupação do cais, fazem um apelo aos patrões para que tenham sensibilidade social com os estivadores de Santos e região.
“… destacamos um apelo de sensibilidade social as empresas citadas acima, no sentido de cobrar medidas em prol dos trabalhadores portuários e da sociedade brasileira.”
A carta expressa uma política totalmente equivocada sobre a situação enfrentada pelos estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão. As centrais deixam de lado a mobilização dos trabalhadores, que estão em estado de greve, e opõe a isso um pedido de sensibilidade dos capitalistas.
Isso ocorre num cenário em que a empresa Proporto descumpre o acordo coletivo, de que 100% da mão de obra seria agenciada através do OGMO (Órgão Gestor de Mão de Obra) e está contratando mão de obra por fora dos TPAS (Trabalhadores Portuários Avulsos), utilizando mão de obra não especializada para rebaixar os salários dos trabalhadores.
A empresa está permitindo a movimentação de veículos, caminhões e máquinas das fabricantes Jeep, Peugeot, Volskwagen, Citroen, Iveco, GM, GEFCO, Maruba, WW, MOL, K LINE e CSAV, sem utilizar os TPAS, aumentando os riscos de acidentes de trabalho.
A carta das centrais mostra um caminho de conciliação com o patrão, de amizade e companheirismo com o inimigo de classe dos trabalhadores, está totalmente descolada da realidade. É a clássica armadilha das direções contra os trabalhadores de tentar passar a ideia de que é possível vencer os patrões sem luta, mas apenas com acordos.
Contra essa perspectiva totalmente capituladora, é preciso intensificar a mobilização dos estivadores, evoluir a luta do estado de greve para uma greve combativa, que ocupe o cais e pare a operação nos navios, exigindo o cumprimento das reivindicações da categoria. Só assim será possível os estivadores avançarem.