Cinco membros da Procuradoria Geral da República dirigiram uma representação a Augusto Aras, Procurador Geral da República do Bolsonaro, em que pedem que se abra uma investigação sobre as falas de Bolsonaro em relação às eleições de 2022 e a implementação de um sistema de voto impresso.
Bolsonaro ameaçou e ameaça cotidianamente o país de golpe de força e o estabelecimento de uma ditadura, nas falas referidas pelos procuradores que assinam a representação, Bolsonaro afirmou que não reconhecerá o resultado eleitoral em 2022 se não for implementado o sistema impresso. Bolsonaro se vale de uma situação real, a completa suspeição do sistema eletrônico de votação, com o intuito, não de desenvolver um sistema mais seguro, mas de lançar desde já a ideia do golpe de força, procurando convencer assim, desde este momento, setores sociais.
De acordo com a representação dos subprocuradores José Adonis, Mario Bonsaglia , Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e José Elaeres Teixeira, Bolsonaro:
“Em síntese, há ameaça à própria realização do processo eleitoral por parte de quem exerce um cargo público de elevada envergadura constitucional, urge a atuação investigatória do Ministério Público Eleitoral, nos termos do art. 127 da Constituição Federal, com vistas a identificar e prevenir condutas potencialmente nocivas às eleições e, pois, ao regular funcionamento do Estado Democrático de Direito”.
O clima político sem dúvida investidas, ainda que tímidas, contra Bolsonaro, ou seja, centenas de milhares de pessoas nas ruas contra os governos, evidentemente que esse pedido é demasiado débil para até mesmo melindrar o governo. Mostra, no entanto, que a iniciativa popular, o povo na rua, é a única maneira de mudar a correlação de forças e permitir uma verdadeira investida contra a extrema-direita, assim como contra a direita golpista que trouxe o país até aqui.