O golpe de 2016 não foi financiado pelos países imperialistas e monopólios estrangeiros por acaso. Além de todas as contradições internas entre a burguesia nacional e a classe operária, o golpe foi dado, sobretudo, para que a burguesia mais pró-imperialista pudesse vender as riquezas e empresas nacionais a preço de banana.
Recentemente, Samuel Pinheiro Guimarães, embaixador brasileiro, denunciou que a base de Alcântara será controlada diretamente pelos Estados Unidos. Como o próprio Samuel Pinheiro declarou, os Estados Unidos possuem “mais de 700 bases militares terrestres fora de seu território nacional nos mais diversos países, em muitas das quais instalaram armas nucleares e sistemas de escuta da Agência Nacional de Segurança, a NSA.”. Ou seja, não haveria necessidade alguma dos americanos em instalar uma base no Brasil.
Além disso, a base de Alcântara não concorre com os norte-americanos, uma vez que a política desastrosa do governo golpista impede qualquer desenvolvimento do equipamento. Claramente, a intenção dos Estados Unidos é ter licença para, em pleno território brasileiro, exercer todo o tipo de atividade militar, independentemente de qualquer autorização das leis brasileiras.
Assim, a entrega da base de Alcântara para os norte-americanos, além de ser mais uma demonstração do entreguismo do patrimônio nacional que já virou rotina após a derrubada de Dilma Rousseff, também é mais um passo para a ocupação norte-americana da América Latina. Como se sabe, os Estados Unidos vêm planejando, há bastante tempo, uma intervenção militar na Venezuela, e o Brasil é um país-chave para essa operação.
Além disso, a própria intervenção militar no Rio de Janeiro, que se colocou como um ensaio para um golpe militar nacional, é mais um motivo para que os americanos tenham tanto interesse na base de Alcântara. Por isso, é necessário que os trabalhadores e todos os setores democráticos se insurjam contra o golpe, colocando abaixo toda a política entreguista dos golpistas.
