Na última quinta-feira, 29, três dirigentes do Sindicato da Construção Civil de São José dos Campos e Litoral Norte (Sintricom) foram presos por se negarem a interromper a assembleia e dispersar os trabalhadores. A Polícia Militar além das prisões usou gás de pimenta para desfazer a assembleia à força.
Em Caraguatatuba-SP, na manhã da última quinta-feira, na entrada da Unidade de Tratamento de Gás da Petrobrás (UTGCA), o Sintricom realizava uma assembleia com petroleiros terceirizados para discutir acordo coletivo da categoria, quando a PM alegando que a assembleia bloqueava a pista prendeu e agrediu com gás de pimenta dirigentes sindicais. Estava presente no momento da confusão causada pela Polícia Militar o delegado da cidade.
Importante destacar dois pontos. Um, que o Sindipetro-LP (Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista) denuncia que em todas as assembleias dos petroleiros a Polícia Militar vem intimidando e interrompendo as atividades sindicais. Segundo, que o Sintricom, dos terceirizados, possui o melhor acordo coletivo salarial.
Além desses fatores, o contexto político que o próprio Sindipetro-LP denuncia e conclui: está totalmente relacionado ao golpe – privatizações, entrega da Petrobras, assassinato de Marielle Franco, iminente prisão de Lula e tentativa de assassiná-lo durante as caravanas.
Os golpistas têm acelerado muito a polarização política através dos efeitos já sentidos da reforma trabalhista, demissões em massa, as brutais perseguições políticas mencionadas, desemprego, recessão, intervenção militar no Rio de Janeiro, dobro de assassinatos pela PM em relação ao mesmo período do ano passado, ataques de milícias fascistas espancando militantes e a lista é muito longa.
A polarização é provocada pela direita por conta do desespero em conter a crise capitalista dos monopólios. Entretanto, os efeitos da polarização favorecem o levante da esquerda. Essas provocações por todos os lados forçam que aos poucos a classe operária vá experimentando meios de se organizar. Uma questão de sobrevivência.
Por isso, necessário que os trabalhadores a cada perseguição intensifiquem e ampliem as mobilizações. Com o foco de derrubar o golpe pois é o grande fator de crise econômica e política em todos os setores. Integrar e formar comitês contra o golpe em todas as categorias.