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Eleições

As pesquisas não “erraram”, quem errou foi quem acreditou nelas

Esquerda errou gravemente ao entrar no clima de "já ganhou"

O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais pegou a esquerda pequeno-burguesa de surpresa. Acostumados com o conforto de seus apartamentos, com os comentários nas redes sociais e norteados pelas pesquisas dos institutos manipulados pela burguesia, que apontaram por diversas vezes a vitória de Lula no primeiro turno, esse setor não poderia prever a decepção.

Para eles, o fim de semana era o momento de comemorar e aguardar a formalidade da contagem para confirmar suas convicções. Afinal toda a campanha presidencial foi direcionada a esse público: Muito conteúdo nas redes sociais, declarações de artistas nacionais e internacionais, ferrenha cobertura da rede Globo e da esquerda imperialista, e até mesmo um apoio mais intenso, que se acentuou na reta final.

De fato, foi difícil pra essas pessoas não se deixar levar pelo entusiasmo em meio a tanto apoio artificial. Porém, finalmente a realidade se apresentou na noite de domingo: rumo ao segundo turno, os resultados foram apertados e tivemos uma infinidade de parlamentares bolsonaristas eleitos.

Ainda houve uma insistência por parte da dita esquerda em comemorar a eleição dos falsos esquerdistas impulsionados pelo imperialismo, como Guilherme Boulos e Sônia Guajajara, oportunistas ligados a Soros e a Fundação Ford, que se apoiaram em Lula para fins eleitorais e conseguiram o que queriam.

A notícia que o bicho-papão da política nacional, aquele que justificou a aliança com todo tipo de golpista em nome da democracia, estava bem vivo na disputa, impediu o desfecho esperado da festa.

Para quem esteve nas ruas fazendo a campanha para o ex-presidente Lula, pôde perceber que o clima era favorável, mas não suficiente para determinar a vitória antecipada de Lula. Bolsonaro ainda contava com muito apoio. Dentre a classe média, foi mais perceptível as manifestações em favor ao presidente ilegítimo, enquanto na classe trabalhadora ainda foi possível verificar esse apoio, apesar de ocorrer em uma escala bem menor.

O caso da esquerda pequeno-burguesa é diferente. A fé religiosa nas instituições burguesas os fizeram cair na ilusão da vitória de Lula no primeiro turno, revelado pelas pesquisas, aderiram completamente ao clima de “já ganhou” e novamente foram enganados pela burguesia. Este setor já não havia dado sinal de que faria uma campanha real junto ao povo nas ruas, mas, com os resultados divulgados pelos sagrados institutos, desistiram de vez de cumprir o seu dever.

Algo que desde o começo da corrida presidencial já havia sido alertado por esse Diário e pelas análises do companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária, finalmente se provou verdade: As pesquisas não refletem e nem pretendem aferir a real intenção de voto do eleitorado brasileiro, servem apenas como instrumento de manipulação da burguesia para direcionarem a campanha de acordo com seus interesses.

Dessa maneira, a real força eleitoral de Bolsonaro foi encoberta, a esquerda ficou paralisada e não levou adiante uma campanha popular para Lula e a terceira via não foi impulsionada como poderia pela imprensa burguesa, pois isso poderia dividir ainda mais os votos no ex-presidente e acarretar numa vantagem gigantesca de Bolsonaro na liderança. Isso explica também o súbito apoio de globais direitistas à candidatura de Lula.

Infelizmente, o susto veio tarde. Falta pouco tempo para que a esquerda possa organizar uma campanha de caráter classista, em torno das reais reivindicações do povo pobre e trabalhador do Brasil.

Até o momento, a esquerda trouxe muito pouco ao debate os reais malefícios da política do atual presidente. Pouco se falou, por exemplo, sobre as privatizações e a entrega da base de Alcântara para o imperialismo, como isso impacta e pode se agravar no futuro em relação às condições materiais do povo e à soberania nacional brasileira.

A direita aproveita o espaço, luta por uma política e a leva para o eleitor, enquanto a esquerda se alia ao que há de pior na política nacional, abandona seus princípios e não obtêm o resultado esperado. A política da esquerda se mostra mais confusa que a da direita e, em uma luta pela consciência do povo, a confusão pode custar caro.

É preciso mudar radicalmente o caráter da campanha em torno da candidatura de Lula, entender de uma vez por todas que os ideais pequeno-burgueses que tanto encantam a classe média como o amor e o pacifismo, não possuem qualquer apelo à maioria da população brasileira, que sofre com a fome, o desemprego e a falta de serviços básicos.

As alianças com golpistas, inimigos tradicionais do povo também serve para afastar a esquerda de sua base, assim como a defesa e confiança nas instituições burguesas em geral, principalmente o STF.

Os maiores derrotados dessas eleições até o momento foram os partidos burgueses tradicionais, ligados de maneira mais estreita ao imperialismo. Se a esquerda continuar a tentar reviver essa corja de marginais políticos, verdadeiros vampiros que se alimentam do sangue da população trabalhadora, terminará por ser aniquilada junto com eles, deixando o terreno livre para a atuação da extrema-direita.

Não há mais tempo para se iludir com pesquisas manipuladas pela burguesia e veiculada na imprensa tradicional golpista que os servem, a campanha por Lula presidente precisa se apoiar no povo trabalhador e nos movimentos sociais que os representam. Somente nas ruas junto ao povo a vitória virá.

1º turno comprovou que, sem mobilização, situação de Lula pode se complicar - Rádio Peão - 05/10/22

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