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Hipocrisia

“Na Venezuela não há democracia”. Mas, e no Brasil?

É preciso primeiro olhar para nosso País, que é subserviente àqueles que querem destruir a Venezuela e que se encontra em meio a um golpe de estado, antes de falar dos vizinhos

A Venezuela sofre com uma intensa campanha de perseguição por parte do imperialismo. São bloqueios econômicos, invasões com mercenários, campanhas de difamação na imprensa burguesa e confiscos de bens, como o roubo do ouro da Venezuela por parte do Banco da Inglaterra e o bloqueio de contas de empresas venezuelanas por parte dos EUA, as armas utilizadas para destruir o governo chavista.

Tudo isso é apresentado pelo imperialismo como um combate à “falta de democracia” no país, o que, claro, leva a direita e a extrema direita de países atrasados como é o caso do Brasil e da Colômbia a desejarem o fim do governo bolivariano. Isso, no entanto, não é motivo de espanto, já que a direita é capaz de qualquer coisa para servir de capacho do imperialismo, vide as políticas dos anos da ditadura militar, de Collor, de FHC e agora de Bolsonaro.

O que é motivo de espanto é o fato de grupos e personalidades que se dizem esquerdistas e democráticos atacarem o governo da Venezuela, caindo no jogo imperialista e da direita. É o caso, por exemplo, de Guilherme Boulos, o “socialista” que chegou a dizer durante o segundo turno das eleições de São Paulo que Cuba e Venezuela “não são exemplos de democracia”.

Mas, se não há democracia na Venezuela, ela existe no Brasil?

O Brasil não é modelo algum de democracia. Não é possível chamar de democrático um país em que a presidenta eleita e com apoio popular, como era o caso de Dilma Rousseff, sofre um processo de impeachment completamente fajuto, por conta de ações que nunca haviam sido consideradas crimes.

Para além do golpe de 2016, não dá para chamar de democracia um regime em que uma operação montada por um país estrangeiro se utiliza de uma suposta cruzada contra a corrupção para destruir a economia nacional e, além disso, derrubar o governo eleito pela população e retirar da corrida eleitoral o principal candidato a presidente do país, como é o caso da operação Lava Jato e da prisão de Lula.

Não podemos dizer que há democracia em um país em que um sistema judiciário completamente independente da população, decide quem pode e quem não pode concorrer, com uma lei completamente antidemocrática, como é o caso do STF brasileiro e da lei da ficha limpa, que só serve para que a burguesia impeça os candidatos menos favoráveis para ela de concorrerem em eleições.

– “Ahhh, mas e a repressão na Venezuela?”

Por acaso não vivemos no Brasil? O país em que um governador sobe em um helicóptero para metralhar a própria população pobre, como foi o caso de Wilson Witzel no Rio de Janeiro? Não vivemos no país do BOPE, da Rota, da Polícia Militar, que matam mais que um exército em uma guerra?

Como é possível falar de democracia em um país em que existe uma polícia e um sistema penitenciário que tanto massacram a população, como é o caso do Brasil?

Não é possível que, mesmo tendo um fascista como presidente ilegítimo, um fascista que prometeu matar pelo menos 30 mil esquerdistas, se considere o Brasil do golpe um país minimamente democrático. É impossível acreditar também que o povo prefira Jair Bolsonaro, a morte, a doença. Ele só conseguiu chegar até o governo por conta do já dito processo contra Lula, encabeçado por Sérgio Moro com apoio total dos EUA, que impediu o petista de concorrer e que logo em seguida se tornou ministro de Bolsonaro.

Aqueles que ignoram que a Venezuela possui hoje um sistema bem mais democrático e bem mais próximo dos interesses dos trabalhadores do que o Brasil, ignoram também que a ditadura que se instaurou aqui durante o golpe de estado pode ser ainda pior, intensificando o genocídio contra a população em uma possível guerra contra a Venezuela, como ficou demonstrado com as inúmeras operações militares do Brasil na fronteira com o país vizinho.

Ignorar tudo isso e continuar atacando a Venezuela, como fez Boulos, é somente um passo na direção do fortalecimento do golpe de estado no Brasil e em favor de um conflito com os venezuelanos.

Suas falas, no entanto, revelam muito mais de si próprios do que da Venezuela. Demonstram que políticos dessa estirpe estão mais preocupados em agradar a burguesia, ignorando a situação brasileira, do que combater o golpe de estado no País. Seu intuito é, justamente, dizer que o Brasil é democrático para não desmerecer as instituições eleitorais do País, meio pelo qual sonham em conquistar um cargo, ao mesmo tempo em que demonstram à burguesia que também levariam adiante uma política anti-Venezuela, um modo de agradar ao imperialismo para que o aceite no governo.

Ao contrário desses políticos oportunistas, a população tem interesses que não são individuais, como a conquista de cargos. Ela sim está preocupada em acabar com o golpe de estado aqui e ajudar a população venezuelana, sua irmã, em sua luta contra o imperialismo que a massacra. Para isso, a única solução é o enfrentamento nas ruas, exigindo a restituição dos direitos políticos de Lula, aquele que o imperialismo não quer no Brasil, e exigindo a derrubada de Bolsonaro e de todos os golpistas.

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