Comuneiros enfrentam COVID-19

Na Venezuela, esquerda se mobiliza; no Brasil, ela fica em casa

As organizações populares criadas pela política chavizta tornam-se linha de frente no combate ao novo coronavírus produzindo máscaras, através de seu bancos e de sua agricultura.

A política chavista na Venezuela dá uma aula de como enfrentar a crise econômica capitalista agravada pela crise pandêmica gerada pela doença COVID-19. Os comuneiros do campo e da cidade, integrantes das comunidades populares venezuelanas, tomaram a linha de frente para combater o novo coronavírus se organizando através dos bancos e fundos populares, da agricultura familiar e da distribuição de alimentos, bem como na produção de máscaras com seus próprios recurso.

O governo da Venezuela adotou uma série de medidas para conter o agravamento da crise econômica durante o isolamento social na “quarentena”, como aumento do investimento na saúde, suspensão da cobrança de água, luz e gás, além da proibição de demissões pelas empresas e concessão de auxílios financeiros à população. O país, que saiu de zero para 135 casos com 3 mortes, agora conta com as organizações populares que a política chavizta criou.

A Comunidade Socialista Panal 2021 entendendo que as vidas são mais importantes que o capital usaram suas máquinas de costura como armas e com recursos da própria comunidade produziram 2.500 máscaras em uma semana priorizando os mais velhos e pessoas com doenças respiratórias. O governo bolivariano de Nicolás Maduro tomou conhecimento da ação e disponibilizará materiais para produção de 5 mil máscaras por semana, totalizando 20 mil máscaras até o final do mês abril.

Além da confecção, outras atividades comunitárias garantirá a renda dos comuneiros. A Panal 2021 conta com um banco comunal, padarias comunitárias, rádio e TV comunitárias que estão na capital e outros quatro estados. Estruturas criadas em seus 12 anos que agora servem para enfrentar a crise econômica e epidemiológica.

Com a suspensão das aulas, os professores comuneiros elaboram atividades durante a “quarentena” e visitam as famílias em suas casas. Os alimentos da merenda escolar, que é parte de um programa de alimentação dos jovens, foram utilizados para levar marmitas a cerca de 200 famílias. Esses alimentos são uma articulação com as comunas do campo através do projeto Pueblo a Pueblo.

O Pueblo a Pueblo criado 2014 tem objetivo de organizar a produção social, distribuição e elevação do padrão de consumo. O projeto tem como princípio a alimentação como um direito e não como mercadoria. O financiamento da produção conta com um fundo social que é reinvestido nas próprias comunidades, todos conhecem os cálculos do custo e as safras levam em conta as necessidades de cada comunidade. O projeto atende 350 mil famílias. Na capital, as comunidades são abastecidas com 20 mil toneladas de alimentos semanalmente.

Após a COVID-19 ser decretada pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), os coordenadores do Pueblo a Pueblo decidiram aumentar os centros de armazenamento e a entrega dos alimentos será realizada pelo próprios militantes nas casas dos comuneiros.

A organização de combate à crise econômica e ao coronavírus pelos comuneiros na Venezuela coincidem com algumas medidas elencadas Partido da Causa Operária para o Brasil. Destaque para criação dos conselhos populares que tem papel fundamental diante das crises, ainda mais num país governado pelo golpista Jair Bolsonaro que investe trilhões para salvar o lucro dos banqueiros e grandes capitalistas enquanto a população fica jogada à própria sorte. Organizar os conselhos populares, combater a crise do coronavírus e derrubar Bolsonaro ja´!

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