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Sem rumo

Na prática, a esquerda não tem programa para a crise

As propostas da esquerda para socorrer e mitigar o sofrimento da população diante da crise são inócuas, pois não estão amparadas na mobilização popular dos explorados

Perdida, desorientada e sem rumo. Estas são as palavras que melhor (ou pior) podem definir e caracterizar a situação atual da maioria da esquerda brasileira diante do gravíssimo momento atravessado pelo País. Não que esta situação tenha se apresentado agora, pois a própria esquerda deixou claro em todo o último período que a sua desorientação tem origem em situações pretéritas. Isso ficou claro, para não ir longe, desde a posse do presidente fraudulento Bolsonaro, amplamente repudiado pelas massas populares, sem que houvesse uma ação organizada da esquerda para canalizar esta insatisfação para a organização de uma campanha para expulsar do poder o representante do imperialismo, da extrema direita e dos setores mais reacionários da burguesia nacional.

A situação se agudizou enormemente já no início deste ano, com o crescimento vertiginoso da crise econômica, onde todos os sinais de alerta foram acesos e indicavam a ida da economia nacional para o abismo, para o precipício. Os sintomas apresentados pela cambaleante economia apresentados anteriormente, hoje já fazem parte da dura realidade para centenas de milhões de brasileiros, que lutam para defender sua sobrevivência debaixo das mais adversas condições, buscando se desvencilhar dos brutais ataques do governo burguês-golpista, cuja política condena milhões de almas a uma verdadeira tragédia social.

Neste momento, diante da gigantesca hecatombe social que se abate sobre o País, com a crise mundial da epidemia do Coronavírus, uma enorme catástrofe humanitária bate às portas da população brasileira, em particular das camadas menos favorecidas, abandonadas e desassistidas, desprovidas de qualquer política pública assistencial do Estado.

No que diz respeito às políticas para mitigar a tragédia, o governo se comporta da mesma forma como iniciou sua criminosa administração, com políticas que só beneficiam os grandes capitalistas, os bancos e o empresariado nacional reacionário, financiadores da sua fraudulenta eleição. Para os trabalhadores e as massas populares, o governo Bolsonaro e seu ministro Paulo Guedes (desaparecido) anunciam migalhas, assim como os governadores, alguns fazendo largo uso da tradicional e conhecida demagogia social, como os bolsonaristas Witzel (RJ) e Dória (SP), a quem a imprensa golpista vem dando destaque como exemplos de líderes estaduais que estão operando a favor da população.

No terreno da esquerda, setores desta se comportam sem muita diferença em relação às  iniciativas dos golpistas burgueses bolsonaristas. As propostas apresentadas pela esquerda para socorrer e amparar a população pobre, os trabalhadores e o conjunto das massas populares, além de estarem muito aquém das reais necessidades populares diante da magnitude da crise epidêmica, não aparecem como medidas verdadeiramente efetivas, pois não estão calcadas na mobilização ou em qualquer outro plano de ação para fazer com que a população necessitada conquiste o direito à assistência.

As “iniciativas” da esquerda, neste sentido, são um tiro de pólvora seca e não representam uma luta real para que as massas imponham seus direitos sobre os capitalistas, sobre os exploradores e sobre o governo burguês pró-imperialista que as oprime. As medidas “emergenciais e de socorro” da esquerda, neste sentido, são ineficazes, na medida em que estão sendo apresentadas não para um Congresso do Povo ou algum outro fórum que reúna os trabalhadores e o conjunto da população pobre e desamparada, mas são iniciativas (tímidas) que praticamente se colocam como uma sugestão aos golpistas, ao parlamento bolsonarista, aos governadores e outras instituições do Estado burguês explorador.

Qualquer ideia, independente do seu conteúdo, só se torna uma força material na medida em que é reivindicada e exigida por uma força social capaz de impor, pela ação, esta mesma ideia. Portanto, sem mobilização, sem organização, sem um chamado efetivo a que as massas populares se apropriem da ideia, da proposta, esta se esgota, não indo além de uma declaração de boas intenções.

O resumo desta tragédia, já há meses anunciada, é que a esquerda nacional está prostrada, acuada e paralisada diante da crise econômica e epidêmica, sem um plano ou qualquer outra ação efetiva para fazer frente à catástrofe nacional que se avizinha velozmente, ameaçando milhões de vidas, em especial as massas populares pobres das grandes metrópoles, que morrerão às centenas, aos milhares nas portas dos hospitais ou mesmo nas ruas das grandes cidades de todas as regiões do território nacional.

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