O Conselho de Direitos Humanos da ONU se reuniu essa semana em Genebra (Suíça), a fim de discutir crimes e violações. No entanto, o Brasil, presidido pelo golpista Jair Bolsonaro, não tem feito nenhum esforço para avançar em pautas ligadas a saúde e direitos sexuais, muito pelo contrário: seu governo é representante do que existe de mais retrógrado nesse quesito.
Segundo a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, eles procuravam um consenso sobre essas temáticas, contudo, raras foram as vezes que o governo discutiu esses temas com a população e realmente efetivou as decisões do povo. A decisão de tirar o termo de “gênero” dos documentos oficiais foi na contramão de política adotada já desde 1995, que incluiu a expressão a fim de contemplar a diversidade existente no País.
O caráter reacionário das posições que o governo brasileiro vem acumulando afeta diretamente a vida das mulheres. A ministra de Bolsonaro adota uma postura exponencialmente conservadora, mostrando que a questão da saúde sexual e dos direitos reprodutivos, que as mulheres tanto lutam pra conseguir, está longe de ser prioridade do governo brasileiro. Muito pelo contrário, para ela, essa questão traz à tona a discussão sobre a descriminalização do aborto no Brasil, pauta que o governo reacionário e moralista é completamente contra. Os golpistas usam a desculpa esfarrapada de que são a favor da vida, mas na prática, mostram que não estão nem aí com a vida da população brasileira, afundando a classe trabalhadora em completo desgaste e descaso, aprovando reformas que farão com que a população trabalhe até morrer, massacrando a qualidade de vida das mulheres, que vêm perdendo cada vez mais direitos.
A embaixadora ainda afirma que o Brasil possui políticas eficazes de saúde reprodutiva e sexual, mas esqueceu de dizer que o governo Bolsonaro decretou, de maneira completamente irresponsável, o fim do departamento que cuidava exclusivamente da AIDS, colocando-o num departamento mais amplo, tirando a devida atenção que a pauta merece. O governo de extrema-direita acabou com um dos mais importantes programas do mundo, que durante décadas foi referência internacional no combate à AIDS.
A posição que o Brasil adota, indo ao encontro com posições de países conservadores na questão da mulher, confirma que as mulheres só têm a perder com esse governo golpista, que coloca as mulheres numa posição de mera reprodução e manutenção de mão-de-obra. Bolsonaro é um carrasco da classe trabalhadora e não vai poupar esforços em dizimar os direitos das mulheres, colocando a religião na frente dos direitos à saúde. Dizer que o Brasil é laico é um engodo dos maiores, não à toa, Bolsonaro afirmou recentemente indicará um ministro “terrivelmente religioso” ao STF. É imprescindível que as mulheres se unam pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, que não irão descansar enquanto não transformarem o país num regime religioso e reacionário.