Da redação – Este jornal já tem denunciado intensamente o caráter altamente capacho do imperialismo e dos capitalistas nacionais de Jair Bolsonaro. Mas também fica evidente, o caráter submisso de seus apoiadores. Ficou muito claro, já em 2015 e 2016, quando ocorreram as manifestações em defesa do impeachment, que os “coxinhas”, cujos principais representantes são os bolsonaristas de hoje em dia, são em sua grande maioria paga pau dos Estados Unidos e totalmente contra a cultura brasileira.
Em manifestação a favor de Bolsonaro realizada ontem (14/10), na Avenida Paulista, além dos tradicionais coxinhas que usam a bandeira do Brasil, apesar de odiar o país, apareceu também uma bandeira de um país fictício, o Kekistan.
Bandeira de protesto na Paulista tem origem em ‘religião’ criada em universo de games e foi usada pela extrema direita americana
A bandeira do Kekistan usada por manifestantes neste domingo em São Paulo foi criada a partir de uma espécie de religião satírica originada no universo de videogames e que acabou sendo apropriada por nacionalistas brancos nos EUA.
Kek, no ideário da extrema direita, é a divindade de uma “religião” cuja origem e ideias derivam do universo de videogames, particularmente dos fóruns e discussões dedicados a jogos online como World of Warcraft.
Em alguns momento, descobriu-se que Kek era também o nome de um deus egípcio andrógino que poderia assumir a forma de homem ou mulher.
Kek era representado, na forma de mulher, com uma cabeça de sapo ou gato. Quando representado como homem, durante o período greco-romano, era reproduzido como tendo cabeça de sapo.
O “deus” era responsável pelo caos e pela escuridão, o que se adequava perfeitamente à autoimagem da extrema direita como dedicada a destruir a ordem mundial existente.
Os devotos de Kek criaram uma mitologia cultural em torno da ideia, com um reino chamado Kekistan que era, com o tempo, subjugado por adversários. A bandeira do Kekistan era representada por 4 Ks em torno de uma letra E, em uma mistura de verde e preto. É uma imitação da bandeira nazista alemã, com a logo de Kek substituindo a suástica.
O significado obscuro e pouco compreensível de Kek a pessoas comuns -chamadas de “normies” pelos integrantes da “religião”- é uma forma de indicar aos participantes de conversas online que todos compartilham os princípios centrais ao pensamento da extrema direita americana.
O personagem criado fica numa área pouco delineada entre sátira, ironia, deboche e ideologia séria. Kek, ao mesmo tempo em que pode ser uma grande piada contra liberais, emerge como uma autoimagem da extrema direita como um agente do caos na sociedade moderna.
Em protestos de supremacistas brancos nos EUA, manifestantes apareceram empunhando a bandeira do imaginário Kekistan.
Para os seguidores de Kek, o presidente americano, Donald Trump, deveria à divindade seu sucesso. (Danielle Brant)
Isso revela não só que os apoaidores de Bolsonaro são uns fascistas de extrema-direita, que reproduzem as bandeiras dos supremacistas racistas norte-americanos, mas também que o fato deles reproduzirem uma bandeira que grupos dos EUA usam revela o fato deles serem totalmente capachos dos EUA.
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